domingo, 30 de janeiro de 2011

O Heavy Metal morreu...

Há algum tempo atrás, me falaram sobre um projeto intitulado Frameshift, nem lembro mais quem foi que me falou sobre ele, mas o que interessa é que eu fui ver o que era esse projeto, e descreverei brevemente o que achei. Quem se interessar pode olhar o original no site (está em inglês) http://frameshift.progrockrecords.com.

O projeto é baseado em trabalhos do mais proeminente neo-darwinista da atualidade Richard Dawkins, tornando este trabalho um álbum conceitual, uma vez que todas as faixas tem alguma relação com os livros de Dawkins.

O idealizador do projeto teve a intenção de gravar a voz de James LaBrie (vocalista do Dream Theater) de uma forma inusitada, como nunca havia sido feito antes. Também teve a idéia de usar referências de filmes e elementos do rock, com uma produção moderna, além dos já citados livros de Dawkins.

Cada uma das 15 músicas do CD trás um pedaço da ciência e das teorias evolucionárias da atualidade.

Outro projeto que é um pouco mais difundido que o primeiro citado aqui é o Avantasia, onde o idealizador Tobias Sammet, escreveu uma história fictícia original e transformou-a em dois CDs, depois vieram outros com histórias interligadas ou independentes, mas todas elas originais.

No Avantasia há um time completo de vocalistas se revezando para cantar trechos das músicas, sendo que cada vocalista representa um personagem da história.

Enfim, de quando em quando surgem álbuns fantásticos de Heavy Metal, o grande pesar é que continuamos sendo discriminados, com a desculpa de não ser uma música de qualidade. Bom, levando em conta a qualidade de uma sociedade que busca ídolos em programas de "grande qualidade" como Big Brother, Fazenda e outros programas de mesma "qualidade", é de se esperar que o Heavy Metal morra mesmo, pois é preciso ter o mínimo de cérebro para se perceber a qualidade real deste estilo de música.

Uma coisa que todas as bandas de Heavy Metal tem em comum é que todas elas compõem as próprias músicas (letras e melodias, bases e rifes, levadas,  batidas e refrões, ou seja, fazem tudo sozinhas), enquanto as bandas (se é que podem ser chamadas de bandas) de outros estilos mais populares, “emprestam” composições, letras, refrões, harmonias de outras pessoas que não fazem parte da banda e muitas vezes contratam pessoas para fazer as músicas para elas.

Outra coisa que as bandas de Heavy Metal tem em comum é que todas elas fazem AO VIVO de VERDADE o que registraram no CD, diferente de bandas populares que fazem os famosos “playbacks”, ou seja, se DUBLAM ao vivo durante os shows.

Em nossa sociedade atual onde músicas com o refrão a seguir:

“Vem amor, bate e não para
Com o peru na minha cara
Vem amor, bate e não para
Essa é a minha tara”

são idolatradas pelas massas e pelos grandes veículos de comunicação, é natural que o Heavy Metal morra, assim como a nossa educação que está sucateada, a saúde capenga, a honestidade é coisa de gente careta, é natural que tudo que é de qualidade seja abominado pelas pessoas que assistem e ouvem os grandes veículos de comunicação.

Por isso nunca seremos bem vistos por essa sociedade burra, racista, discriminatória, desonesta, egoísta, egocêntrica, sem educação, etc, mas para falar a verdade eu nem me importo com o que a “nata da sociedade” pensa, pois afinal no meu leite quando tem nata eu tiro e jogo fora, portanto o Heavy Metal será um pedaço de mim até o dia em que eu morrer…

Valeu
Divirtam-se
Mauro B. Fonseca