quarta-feira, 30 de maio de 2012

Metal Church - Metal Church

Mais um álbum de 1984! QUE ANO!!! Este é o outro lado da moeda de minha postagem anterior, a continuação da Saga "O álbum mais injustiçado da história do Heavy Metal!".

Pra vocês, o que é Heavy Metal? Pra este que vos escreve é um estilo musical tão forte que se tornou um modo de vida, algumas bandas criaram identidades tão fortes que se confundem com o próprio termo, por exemplo, quando você headbanger pensa no termo "Heavy Metal" o que lhe vem à cabeça? Nove entre 10 Headbangers, fãs ou não, estão imaginando o Judas Priest com roupas de couro, coletes, spikes, muitos spikes... Aquela imagem ficou tão vinculada ao estilo musical, que agora é quase impossível dissociá-la. Pois bem, musicalmente falando o que é Heavy Metal? Segundo Dee Snider, é Guitarra no máximo, bateria no máximo, baixo no máximo e o vocalista Berrando. Então temos aqui um legitimo puro sangue do estilo, o debut homônimo dos titãs do Heavy Metal, METAL CHURCH!

Outro quinteto americano, seguindo as pegadas dos monstros da NWOBHM, semelhanças com o Jag Panzer? INÚMERAS. Mais que isso, temos aqui uma formula que só dava certo num mundo caótico, a beira do Holocausto Nuclear, onde todos os dias se vivia até o limite, pois não se sabia se haveria um próximo.

O álbum dá porrada em muita bandinha metida a extrema por ai, a começar pela força motriz do Heavy Metal: AS GUITARRAS, que riffs maravilhosos! Kurdt Vanderhoof e Craig Wells estavam no auge da forma, eles combinavam um misto de um metal cru e direto, que flertava diretamente com a Invasão do Thrash Metal que passava pelos EUA, mas que mantinha uma linha de sanidade que os conectava diretamente ao Heavy Metal inglês um pouco mais melodico, um exemplo? "Beyond the Black", que na opinião deste humilde resenhador é a melhor faixa do álbum, temos um trabalho soberbo de guitarras, são riffs densos, riffs rápidos, solos cortantes, algo equilibrado e de muito bom gosto.

Por trás da muralha da distorção das guitarras, temos uma cozinha extremamente coesa, Kirk Arrington foi um grande mestre das baquetas, grande destaque pro uso do prato de condução, dava pra escrever 1 mês de artigos diários sobre o uso do mesmo no álbum.

O Baixo de Duke Erickson preenche muito bem as lacunas das guitarras, gerando aquele efeito muito legal. Mas mesmo que uma banda conseguisse reunir músicos tão fantásticos ainda haveria um problema, quem conseguiria "sobrepujar" tal hecatombe sonora, e cantar linhas agressivas e melódicas que realmente pudessem penetrar na cabeça dos ouvintes?

O Metal Church foi abençoado em termos de vocalistas, todos eles eram muito bons, mas David Wayne, o primeiro, um verdadeiro mito, foi com certeza um dos melhores de sua geração, e agora esta no "Panteão" dos vocalistas, ao lado de Dio e outros. O que David Wayne faz neste álbum, é simplesmente genial. Ele consegue variar sua timbragem de forma extremamente melódica como na balada "Gods of Wrath", até frases incrivelmente agudas, com aquela sonoridade "Berrada", na pesadíssima "Hitman".

Aqui temos não só um grande álbum, temos uma celebração clara e absoluta sobre o que é e como deve ser feito o Heavy Metal. "Metal Church" é um álbum que te acerta na cara, que te tira o folego. É simplesmente Metal pra caralho!

Faixas em destaque: "Battalions", "Hitman", "Gods of Wrath" e "Beyond the black".

Segue relação das faixas do álbum:

1. Beyond the Black
2. Metal Church
3. Merciless Onslaught
4. Gods of Wrath
5. Hitman
6. In the Blood
7. (My Favorite) Nightmare
8. Battalions
9. Highway Star (Deep Purple Cover)

Formação:

David Wayne – vocal
Kurdt Vanderhoof – guitarra
Craig Wells – guitarra
Duke Erickson – Baixo
Kirk Arrington - Bateria

Luiz Henrique Cipolla Benetti

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Resenha do Show - Gotthard & Unisonic

Dezoito de Maio de 2012, tinha tudo para ser um dia como outro qualquer, principalmente pelo fato de ter sido extremamente estressante com o acompanhamento da montagem do estande da empresa, na qual trabalho, para a Hospitalar 2012. No entanto, quando chego em casa recebo um SMS com um convite que tiraria tudo da rotina. Ah, qual o conteúdo do tal SMS? Resumindo as trocas (até cair a ficha): "Quer assistir ao show do Gotthard & Unisonic? Vem aí!".

Bem, o convite é um daqueles raros hoje em dia. Convite de Amigo, saca? O "Vem aí!" é literalmente ir e assistir aos shows, sem investir a fábula cobrada pelos ingressos. Irrecusável, diz aí! Tchau, esposa! Tchau, filha! Amo vocês, volto lá pela 1h:00min. E lá vou eu, tentar chegar a tempo, tendo em vista que já eram 20h:40min e o início dos shows estava previsto para 21h:30min.

Cheguei em cima da hora e fui procurar o Marcelo Mazzari, "O Cara". Agradeci pessoalmente e agradeço aqui, novamente, pela gentileza. Muito Obrigado, Dude!

Entramos no HSBC Brasil e ouvi um som rolando. Limpo, límpido, lindo e hiper definido, queria saber de que banda era o playback. Aaaahhhh...não era playblack! O show do Gotthard já estava rolando! O som estava alto, porém extremamente bem equalizado, o que permitia identificar cada um dos 6 músicos, com precisão. Deu para ter ideia da Qualidade do som? Não? Pegue um CD, coloque em seu tocador e aumente o volume. O som estava exatamente assim.

A música que os caras estavam executando era Top Of The World. Mesmo sem o Steve Lee (R.I.P.), a música ficou muito empolgante na voz de Nic Maeder. Na sequência mandaram Sister Moon, com seu ar country e vocal mais rasgado, seguida de Master Of Illusion, que não ficou tão legal quanto como na voz do Steve, mas foi muito bem executada, com energia e vigor, levando a galera à loucura.

O som continuava impecável, e vem a faixa título do último álbum que o Steve gravou Need To Believe, simplesmente maravilhosa. Para apresentar a próxima música Nic Maeder faz uma dedicatória ao finado Steve Lee e lá vem One Live, One Soul. Música que emocionou e foi cantada em uníssono pela galera, principalmente no refrão.

Mountain Mama, Hush, Lift U Up e Anytime Anywhere fecham um dos shows mais perfeitos que assisti, pela competência dos músicos, pelo entrosamento e felicidade visível dos caras, mas principalmente e acima de tudo pela qualidade do som. IMPECÁVEL.

O Setlist do Gotthard, foi o seguinte:

1. Dream On
2. Top Of The World
3. Sister Moon
4. Master Of Illusion
5. Need To Believe
6. Give Me Real
7. Remember It's Me
8. One Life, One Soul
9. Mountain Mama
10. Right On
11. Hush (Cover do Billy Joe Royal)
12. Lift U Up
13. Anytime Anywhere

Bem, se o som da "banda de abertura" estava tão maravilhoso o que seria do da banda principal? O VALHALA!!!

Tudo pronto e após um playback, que não consigo referências os músicos vão entrando um a um no palco, primeiro Kostas Zafiriou toma sua posição, aí surge Kai Hansen empoleirado em um amplificador do lado esquerdo do palco, na sequência entram Mandy Meyer e Dennis Ward do lado direito e os primeiros acordes de Unisonic são dados, a galera enlouquece e surge o MONSTRO Michael Kiske com sua voz inconfundível pondo o barraco abaixo. Mas o som...o som está bem diferente do Gotthard, mais alto e embolado, mas assim mesmo empolgante.

Never Too Late, Renegade e King For A Day são executadas com perfeição, mas não me empolgaram, talvez porque a qualidade do som insistia em estar tão diferente da do show anterior. A próxima música foi I've Tried, que destacou ainda mais o poder e potência da voz do Michael Kiske.

My Sanctuary, minha música preferida, veio na sequência, músicão e novamente a voz do Kiske ofusca o resto da banda e também os problemas com o som embolado. Michael Kiske se abaixa, pega uma bandeira Alemã com seu nome, é ovacionado pela galera, agradece, anuncia e canta March Of Time, clássico do Helloween, e sai do palco. Kai Hansen toca a instrumental Follow The Sign, na minha visão, desafinada e emenda a Over The Rainbow e logo após Star Rider.

E o som continua alto pra cacete e embolado ao extremo, em alguns momentos apagando completamente o baixo.

Hora que acho totalmente desnecessária, mas vamos lá. Hora do solo de Hansen e Meyer e tem início a Souls Alive e baita redundância, mas o destaque quem é? Michael Kiske, que mesmo problemas no microfone, apavora! Legal dizer que a felicidade com a fase atual é tão grande que o Kiske faz como nos bons tempos do, clássico, Live In The U.K. e brinca de cantar trechos de músicas de seu ídolo: Elvis Presley.

Kiske anuncia sua música preferida do Unisonic e lá vem We Rise (minha segunda preferida) e onde o Kiske mostra toda sua satisfação em cantá-la. Never Change Me fecha o setlist normal e os caras deixam o palco.

Hansen volta ao palco executando os riffs da Gorgar, que vai ganhando velocidade até chegar na Future World, que leva todos à loucura. Para fechar com chave de ouro vem I Want Out, nem preciso comentar. Certo?

O Setlist do Unisonic, foi:

1. Unisonic
2. Never Too Late
3. Renegade
4. King For a Day
5. I've Tried
6. My Sanctuary
7. March Of Time (Cover do Helloween)
8. Follow The Sign (Cover do Helloween)
9. Over The Rainbow
10. Star Rider
11. Souls Alive
12. We Rise
13. Never Change Me
14. Future World (Cover do Helloween)
15. I Want Out (Cover do Helloween)

Talvez seja a idade, talvez eu esteja ficando ranheta, mas sinceramente o show do Gotthard foi bem melhor do que o do Unisonic, devido a qualidade do som. Também registro que senti em diversos momentos uma falta de sintonia e afinação entre as guitarras do Hansen e do Meyer.

No entanto, ver e ouvir Michael Kiske ao vivo foi a realização de um sonho de um Headbanger - como tantos outros - que tem como melhores álbuns os Keepers of the Seven Keys I e II.

Fiquem a vontade para concordar, discordar, xingar e etc.

Muito Obrigado
Abraço
Márcio Rebelo

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Running Wild - Me & the Boys

Mais uma ode ao Rock 'n' Roll.

Já postamos aqui no blog algumas músicas cujas letras são verdadeiras homenagens ao Rock 'n' Roll ou ao Heavy Metal.

Muito provável que esta se torne uma prática comum, pois essas obras devem ser apreciadas e divulgadas para que "contaminem" o máximo de pessoas possível.

Deliciem-se com essa letra e com essa música sensacional.

Divirtam-se
Equipe True Metal Brazil


Running Wild - Me & the Boys

Time is right get on the line, just go nuts now
Stand in pride, take on the night be wild and free
Kick the beat, bring on the heat, rock you somehow
Sing along with our favourite song for the world to see

(Ponte)
Just another night we are Running wild

(Refrão)
Me & the boys we love that noise
Me & the boys we are going crazy
Me & the boys we make that noise
Cause Rock 'n' Roll is our choice

Rock so hard from the start, shake foundation
Hit the gas kick some ass until the dawn
Earth will quake, quiver and shake, the exaltation
Jump the beat, move the meat, create a storm

Just another night we are Running wild

Me & the boys we love that noise
Me & the boys we are going crazy
Me & the boys we make that noise
Cause Rock 'n' Roll is our choice

We'll come over, we are just standing proud
We will sweat and praise Rock'n'Roll
Raise your fist, we are all getting loud
And that's what we all came here for

Time is right get on the line, just go nuts now
Stand in pride, take on the night be wild and free
Kick the beat, bring on the heat, rock you somehow
Sing along with our favourite song for the world to see

Just another night we are Running wild

Me & the boys we love that noise
Me & the boys we are going crazy
Me & the boys we make that noise
Cause Rock 'n' Roll is our choice

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Edu Falaschi e a saída do Angra

Hoje, 24 de maio, enquanto estava no Twitter, eis que surge um tweet da MS Metal Press por volta das 3:15hrs da manhã, com as seguintes palavras: Carta aberta de Edu Falaschi sobre sua saída do Angra.

Surpresa ? Nenhuma! Isso já era algo previsível!

A parada da banda por tempo indeterminado e todos os membros envolvidos em projetos paralelos indicava que isso acabaria acontecendo.

Edu gravou 2 grandes álbuns com a banda: “Rebirth” e “Temple Of Shadows” (este último considerado por muitos como o melhor álbum da banda). Porém nunca foi unanimidade entre os fãs da banda, pelo contrário, sempre esteve muito longe disso. Nas turnês dos álbuns citados acima, a voz do cantor estava muito forçada para atingir notas altas demais fazendo com que o mesmo desafinasse muito. Inclusive na tour do “Temple Of Shadows” ele alegou problemas em sua voz.

Nas turnês seguintes, o vocalista adaptou as músicas do Angra para seu timbre de voz tendo uma performance muito melhor!

Há de ser dito também, que desde “Temple Of Shadows” o Angra vem numa decadência considerável. Para uma banda que lançou ótimos álbuns desde seu surgimento com "Angels Cry", álbuns como “Aurora Consurgens” e o pífio “Aqua” deixaram muito à desejar!

Edu criou seu projeto paralelo Almah, e acabou encontrando seu caminho. Cantando em alto nível, tendo liberdade nas criações, com certeza sentiu-se mais à vontade. O timbre de sua soa diferente. Mostra um Edu cantando mais grave, mais agressivo, talvez como ele realmente goste de cantar, tendo uma sonoridade muito diferente da feita pelo Angra, mas que agradou bastante!

Certamente essa saída do Angra será um divisor tanto na carreira de Edu, quanto para o Angra, mas essa não parece ter sido uma saída amigável.

Felipe Andreoli também anunciou sua saída do Almah, isso sim, causando algum espanto. No
Facebook, Kiko Loureiro deu apoio ao anúncio de Andreoli. Pelo visto os membros do Angra não vinham se entendendo. Quem sabe, desde que Aquiles saiu da banda, onde houve toda aquela confusão envolvendo diretamente Rafael Bittencourt, líder da banda junto com Kiko.

Talvez não só esses episódios, mas também outros como o descontentamento de Edu no evento Dia do Metal Nacional, tenham queimado o filme do cara com o resto da banda!

Agora, que comecem as apostas! Quem será o novo (ou velho, apesar de não acreditar numa volta de André Matos) vocalista do Angra? Quem será o novo baixista do Almah ?

Eu não apostaria numa volta de André Matos para o Angra, à não ser por uma grana muito grande, pois André está envolvido na reunião do Viper e na gravação de seu terceiro álbum solo.

Para baixista do Almah, por razões óbvias, poderia apostar em Tito Falaschi, mas não creio que sería uma substituição definitiva.

Bom, nos resta aguardar o desenrolar dessa história toda! Certo é que caso o Angra volte a ativa e traga um novo vocalista, com certeza veremos as famosas comparações por todas as redes sociais!



Um abraço,
Victor Hugo Mesquita


Seguem abaixo os comunicados de Edu Falaschi e Felipe Andreoli:


"Caros amigos, fãs e parceiros,


Há alguns momentos na vida de um homem que é necessário tomar algumas decisões radicais para seguir em frente. Vivo um momento muito feliz, onde hoje, aos 40 anos de idade, me sinto pleno e altamente satisfeito por ter conseguido realizar praticamente todos os meus sonhos pessoais e profissionais.


Tenho uma família linda, muitos amigos e fãs maravilhosos que me acompanham nesses mais de 20 anos de carreira, com mais de 15 álbuns gravados, diversas turnês mundiais e milhares de cópias vendidas no mundo todo. Sou uma pessoa afortunada por ter conseguido chegar tão longe fazendo Heavy Metal no Brasil e desbravando o planeta fazendo a música que mais amo.


Venho pensando, já algum tempo, sobre os caminhos que devo seguir e finalmente cheguei a conclusão que é chegada a hora de tomar, o que talvez seja, a decisão mais difícil da minha vida.


É com um misto de alívio, paz e tristeza que venho declarar que a partir de hoje não sou mais a voz do ANGRA. Estou saindo da banda, já com muitas saudades de tudo o que construímos juntos, principalmente dos tempos alegres de 'Rebirth' e 'Temple of Shadows'. Jamais esquecerei tudo o que vivemos, desde os bons até os maus momentos, afinal, sempre devemos ver o lado bom das coisas, sobretudo nas dificuldades.


Todos nós sabemos que nada é eterno e que as separações, uma hora ou outra, acontecem. Vivemos juntos por uma década, e isso é uma vida. Tivemos nosso momento, fizemos história, uma fase linda e inesquecível da qual serei eternamente grato por esses 10 anos de muitas vitórias e por todas as oportunidades que me foram dadas! Desejo-lhes sorte nos caminhos que decidirem trilhar. Tenho e sempre terei muito orgulho da nossa história! Enfim, minha vida é a música e a música é meu alimento do espírito.


Tenho muitos planos e projetos para o futuro, e em breve todos saberão! Alguns deles já estão bem consolidados, crescendo a cada dia, fortes e gerando ótimos frutos que demandam e merecem a minha inteira dedicação. Sendo assim, precisarão da dedicação de outros envolvidos e, por razões óbvias de logística, ocorrerão algumas mudanças naturais nos meus trabalhos fora do ANGRA, como a saída do Felipe Andreoli do Almah, que se dedicará somente ao ANGRA e seus outros projetos.


Quanto ao Felipe, todos nós do ALMAh sentiremos muitas saudades e seremos eternamente gratos por sua essencial contribuição com nossa história, que continua firme e em frente.


Com essas grandes mudanças de ciclo e de renovação de energias, eu sigo para construir um futuro de paz e harmonia, com os meus ideais e minha carreira como cantor, compositor e produtor ao lado dos meus fãs e amigos. Sempre primando pela amizade, humildade, união e igualdade!


Muito obrigado a todos!
Para um coração limpo nada é impossível!
Com carinho..."
Edu Falaschi


“Hoje é dia de tomar uma decisão muito difícil, uma das mais difíceis da minha carreira: estou deixando o Almah. Pra dar uma perspectiva, vou contar uma historinha bem resumida: entrei na banda em 2007, um tempo em que havia muita incerteza sobre o futuro do Angra. Edu, Aquiles, Fábio e eu nos juntamos na suposta certeza de que queríamos seguir juntos. Na época o Edu já havia gravado um primeiro disco do Almah, e abriu as portas para que nós entrássemos e fizéssemos parte do que então era apenas um projeto. Muita água rolou, e logo ficou claro que não havia um acordo com Aquiles e Fábio em relação aos planos para o futuro, e a banda mudou de formação, com a entrada de Marcelo Barbosa, Marcelo Moreira e Paulo Schroeber. Com essa formação fizemos dois discos que eu simplesmente adoro, rodamos diversas cidades do Brasil, fomos ao Japão divulgar o trabalho, e sempre fizemos tudo com as nossas próprias mãos, desde a parte musical até a parte burocrática e financeira. O projeto já não era mais apenas isso, mas uma banda propriamente dita. Mesmo as dificuldades impostas pela distância física entre nós foram sempre superadas em nome do bem maior, que era o Almah. Assim foi, e é, até hoje.

Eu comecei a tocar com o Edu em 2001, quando entrei no Angra. Conquistamos coisas fantásticas, conhecemos o mundo juntos, passamos pelas melhores e piores coisas que se possa imaginar juntos. Uma grande amizade floresceu, e com ela uma união, uma sintonia. Com o passar dos anos, essa amizade sobreviveu às mais diversas situações, mas como toda relação, sofreu um desgaste inevitável. Os fatos não vêm ao caso agora. Hoje são 11 anos tocando juntos, construindo uma história da qual tenho muito orgulho, mas essa história tem um fim, pelo menos nesse momento. É hora de cada um de nós seguir trabalhando da maneira que julga ser a mais correta, o que nos coloca fatalmente em caminhos separados. O Almah nasceu do Edu, é seu filho e, em minha opinião, sua maior criação. Tenho certeza de que contribuí muito para que a banda crescesse e se desenvolvesse, e empenhei demais pra isso. Mas a minha filosofia de trabalho e vida hoje já não permitem mais que eu continue.

O legado do Almah na minha vida vai ser sempre a amizade, o clima bom, e a música fantástica que fizemos. E é justamente por querer preservar essas boas memórias que sinto que é hora de ir. Aos meus amigos, toda a sorte do mundo! Tenham certeza de que podem contar sempre comigo.

No mesmo momento vem à tona a saída do Edu do Angra. Muito aconteceu nos últimos anos, e especialmente nos últimos meses, culminando no dia de hoje. É um dia muito triste, de mudanças profundas em nossas carreiras, mas ao mesmo tempo é o início de uma necessária e bem-vinda renovação. A vida acontece em ciclos, e creio ser um erro se ater ao passado e impedir que novos rumos sejam trilhados. A música enquanto arte depende muito de paixão, de uma dedicação quase doentia, e de um bom clima para ser criada. Sendo assim, faz todo sentido que, quando isso não aconteça mais, talvez seja hora de parar e buscar caminhos diferentes, mesmo que naquele momento tudo pareça nebuloso, incerto. Para um grande talento sempre vai existir um caminho. Obrigado, Edu, pelos anos que passamos juntos!

No momento tudo o que quero é seguir com o Angra e os demais projetos de que participo, dando aulas, produzindo discos, e nunca deixando de fazer música.”

Felipe Andreoli.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Alestorm - Black Sails at Midnight


Novamente a comparação com o Running Wild é quase que automática, mas alguma coisa mudou do primeiro CD para esse.  O CD já começa mais agressivo, as guitarras mais aceleradas, a bateria com mais velocidade, parece um navio pirata rumando a todo vapor para seu próximo saque.

Os vocais continuam da mesma forma, misturando 3 fórmulas muito bem sucedidas de cantar, Hansi, Cris e Rolf. A gaita de foles também está presente. A temática também é a mesma do CD anterior, “piratas”, bebedeiras e aventuras, mas contadas em uma velocidade um pouco maior e mais agressiva do que no anterior.

Já pensou como seria estar em um navio pirata cantando canções para a lua esperando para o próximo ataque? Então este não é o CD certo. Aqui você estaria no navio no meio de uma batalha para roubar a carga valiosíssima de valorosos guerreiros, que darão a vida para impedi-lo, agora sim, este é o clima do CD (não estou dizendo que as letras falam sobre isso, é só a impressão que eu tive quando ouvi o CD).

As músicas estão mais pesadas e mais agressivas do que no CD anterior, o que para mim é muito melhor. Mesmo assim não há grande inovação. É um trabalho Honesto e mostra um pouco mais de amadurecimento da banda, muito provavelmente vai conquistar alguns milhares de fãs pelo mundo, um eles já conquistaram.

Aqui vou repetir o que já disse na resenha do primeiro CD do Alestorm: Não pense que vai escutar músicas extremamente rápidas e extremamente pesadas, nem mesmo vocais com guturais no melhor estilo Death e Thrash Metal, não é esse tipo de som que a banda se propõe a fazer. Agora prepare-se para ouvir uma banda Power Metal? Heavy Metal tradicional? Qualquer coisa nesses moldes.

Aparecem alguns elementos de metais em algumas faixas, eles até arriscam uma balada no melhor estilo Skyclad e uma música instrumental.

Como já disse é um CD Honesto e vale a pena pelo menos conhecer, vai saber se não era exatamente esse tipo de música que você andava procurando.

Aí vai a relação de músicas do CD:

1. The Quest
2. Leviathan
3. That Famous Ol' Spiced
4. Keelhauled
5. To the End of Our Days
6. Black Sails at Midnight
7. No Quarter
8. Pirate Song
9. Chronicles of Vengeance
10. Wolves of the Sea (Pirates of the Sea cover)

Divirtam-se
Mauro B. Fonseca

domingo, 20 de maio de 2012

Alexandre Callari - Apocalipse Zumbi: Os primeiros anos.

Já disse uma vez que nunca gostei de fazer resenhas de livros por não ter uma ligação tão boa com literatura no colégio, mas abri duas exceções pois os dois autores tem uma história com o Heavy Metal. O que é o caso do Alexandre Callari, já dei algumas explicações sobre o envolvimento dele com o Heavy Metal, se quiser saber mais leia aqui. Como estava em débito com a segunda resenha que disse que faria, vou encerrar meu débito agora.

Nunca fui um fã do gênero "Zumbi", sempre achei ridículo aquelas figuras patéticas e lentas seguindo os protagonistas, mas que sempre acabavam alcançando-os nos filmes ou nos quadrinhos. Ou as ridículas cenas em que uma mão decepada do braço continuava a estrangular o protagonista (ou era a protagonista, não lembro), como uma mão sem a presença do braço teria força para estrangular alguém? Tão pouco me atraiam as histórias a eles relacionados, como por exemplo, uma "raça" inteira que se alimenta exclusivamente de cérebros, vai viver do que quando todos os humanos morrerem ou virarem novos "comedores de cérebro"?


Provavelmente os fãs do gênero irão me excomungar, xingar e se tivessem a chance dariam o meu cérebro como alimento para os zumbis, mas como eu tenho que deixar claro o meu ponto aqui, tenho que dizer um pouco do meu gosto pessoal, que certamente vai me guiar nas linhas a seguir.


Se o leitor espera que aqui irá encontrar algum resumo da história, pode parar de ler agora, pois não é esse o intuito desta resenha (nunca gostei de estragar o fim da história das pessoas na fila do cinema, não vou começar agora), claro que para mostrar meu ponto de vista serei obrigado a dar algumas pistas da história, mas serão apenas isso, pistas.

Dito isso vamos ao livro, Apocalipse Zumbi: Os primeiros anos. Ele já começa em um ritmo alucinante, uma fuga de um humano de um bando de "infectados". Talvez seja essa a grande sacada do livro, não tem "zumbis", tem "infectados", que correm, tem grande força, continuam implacáveis e insaciáveis atrás de alimento, carne humana, mas que na falta dela se alimentam de qualquer corpo (infectado ou não) que achem pela frente. De lerdo não tem nada. De certo modo a história também emperra na questão da alimentação dos "infectados", o que comerão quando acabarem os corpos e os humanos? Mas já ganhou muitos pontos por não serem patéticos.

A escrita tem uma fluência incrível, eu comprei o livro em um sábado e na quarta-feira já havia terminado de ler, mesmo lendo apenas nos meus trajetos diários de locomoção ao trabalho e intervalos para refeições. A história é extremamente cativante, e a cada novo capítulo a sua curiosidade é posta a prova, se você duvida disso, desafio você a começar a ler o livro e parar de ler sem terminá-lo, duvido que consiga.

Uma outra grande sacada também é que Apocalipse Zumbi é o primeiro livro do gênero escrito por um autor brasileiro, ambientado no Brasil e ele já nasceu grande, será uma trilogia, já prometida pelo autor e divulgada pela editora.

Como disse na primeira postagem sobre Apocalipse Zumbi, ele tem algumas características que o diferencia dos demais lançamentos de livros no Brasil, ele vem acompanhado de uma "trilha sonora" que conta um pouco mais da história e também foi editado um trailer que mostra um pouco do que o leitor irá encontrar na história do livro. Há também conteúdo inédito no site que foi desenvolvido para o livro, é necessário um cadastro para acessar esse material, ainda não fiz o cadastro, então não posso dizer o que faz parte e qual o teor do conteúdo inédito do site, caso o leitor tenha informações que queira compartilhar com os demais, fique a vontade para colocar as informações nos comentários.

A "trilha sonora" é cantada inteiramente em português, que logo mais também ganhará uma resenhada aqui no blog, e pensando em trilha sonora para um livro, deixarei ao final da publicação, a trilha sonora que me acompanhou durante a leitura. Apenas quero deixar registrado uma passagem desta trilha que ficou marcada na minha mente, uma batalha nos telhados da cidade, ao som de Running Wild - Me & the Boys. E que no final das contas é a única que posso registrar sem entregar mais pedaços da história.

A história é muito bem elaborada e com as emendas perfeitamente costuradas, tecendo uma trama muito atrativa para o leitor, e facilitando a inserção dos personagens na história, a tal ponto que você se pegará pensando no que teria acontecido, ou vai acontecer, com o protagonista do capítulo anterior? Os personagens são construídos de tal forma que o leitor se apega a eles e é bem provável que você, assim como eu, se pegará torcendo por eles em alguns pontos da história, suando frio em outros e se enraivecendo em outros.

Em alguns pedaços a emoção fica a flor da pele, pois o livro faz muitas críticas à nossa sociedade, ao nosso ridículo hábito de discriminarmos pessoas que são diferentes, gostam de coisas diferentes, ou simplesmente tem uma forma de pensar diferente de nós. Raiva, indignação, vingança, pena e porque não um pouco de culpa, entre outros sentimentos podem aflorar enquanto você lê a história, dependerá do seu envolvimento com a leitura, mas duvido que você fique insensível e/ou impassível durante a leitura.

Agora só me resta esperar pelo "Volume Dois", "Parte Dois", ou o que quer que venha a ser chamado o livro com a continuação da história. Espero que não demore muito, a minha curiosidade já está dando voltas na Lua.

Recomendo a leitura, e não só para fãs do gênero de horror, é uma boa leitura para que repensemos nossos valores. Uma última recomendação é que ao ler o último capítulo de Apocalipse Zumbi, faça-o em algum lugar privado, ou você pode se pegar gritando (e alto) junto como os personagens do livro em um local público e cheio de pessoas que olharão para sua cara com ar de discriminação.

Boa leitura e divirtam-se
Mauro B. Fonseca

PS: Segue a trilha sonora que me acompanhou durante a leitura (não necessariamente nessa ordem):

Alestorm - Capitain Morgan's Revenge
Avantasia - The Metal Opera - Parte I
Cavalera Conspiracy - Blunt Force Trauma
Dream Evil - Dragon Slayer
Dream Vision - Apocalipse Zumbi
Hevisaurus - Jurahevin kuninkaat
Megadeth - Thirteen
Queensrÿche - American Soldier
Running Wild - Shadowmaker
Unisonic - Ignition (mini album)
Virgin Steele - Visions of Eden
Volbeat - Beyond Hell/Above Heaven
Whiplash - Unborn Again

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Jag Panzer - Ample Destruction

Bom, esse é provavelmente o álbum mais injustiçado da historia do Heavy Metal Junto com o “Metal Church” do Metal Church. Este também é com certeza o melhor álbum do Jag Panzer, que na época era uma tipica banda americana formada por amigos de escola impressionados com a “Invasão” da NWOBHM aos EUA.

Seu álbum de estreia, foi uma especie de alinhamento planetário que só acontece uma vez por geração. O que temos é a mais perfeita sincronia entre Heavy e Thrash Metal jamais vistas, num total holocausto sonoro (e não se enganem estamos falando de um álbum escrito em 1984).

É impossivel não citar a completa sinergia entre os riffs densos e cortantes de Mark Briody e Joey Taffola, o vocal de Harry “The Tyrant” Coklin simplesmente soberbo utilizando agudos incrivelmente estridentes próprios do Heavy metal da época com oscilações de graves, de extremo bom gosto, a cozinha não inovava muito, é verdade, mas era extremamente eficiente além de incorporar varias características que depois se consagrariam no Thrash Metal, como a utilização o abafamento dos pratos de ataque pra aumentar o “Punch” em partes marcadas, alem da utilização dos pedais duplos que se consagrariam no Speed Metal, posteriormente.

Isso tudo somado a Backing vocals que aumentavam em muito a intensidade das músicas, como na espetacular “Generally Hostile” que na opinião deste que vos escreve é a melhor e mais pesada musica do álbum.

É uma enorme pena que a banda não tenha “engrenado” por assim dizer, mais incrível é que esse quinteto extremamente competente tenha sido de certa forma esquecido pela grande mídia. Vale lembrar que em 1984 seu ano de nascimento, o que estava “em evidencia” eram álbuns como o "Defenders of The Faith" do Judas Priest e o “Love at first sting” do Scorpions e que a invasão do Thrash estava apenas começando... 

 
Tanto no Front do Heavy Metal, quanto no do Thrash Metal, o "Ample Destruction" não só se destacaria, como mereceria menção honrosa. Resta saber o porque a industria musical dos anos 80, hoje lembrada com enorme saudosismo, deixou uma coisa tão espetacular passar assim... despercebida.

Faixas em destaque: "Generally Hostile", "Harder than steel", "Warfare" e "Licensed to Kill".


Segue relação das faixas do álbum:

1. Licenced to Kill
2. Warfare
3. Symphony of Terror
4. Harder than Steel
5. Generally Hostile
6. The Watching
7. Reign of the Tyrants
8. Cardiac Arrest
9. The Crucifix

Formação:

Harry Conklin – Vocal
Mark Briody – Guitarra
Joey Tafolla – Guitarra
John Tetley – Baixo
Rick Hilyard - Bateria

Luiz Henrique Cipolla Benetti

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Suicidal Tendencies - Virada Cultural, 6 de maio de 2012.

Domingo as 9h30, show do Suicidal Tendencies, no centro da capital paulista, em plena Avenida São João e de graça. Alguns sem pensar duas vezes iriam dizer: - Imperdível!!! Já outros diriam: - Me lembre para eu passar bem longe, ok?

Reações bem distintas, mas compreensíveis. Show de graça em um lugar público não é para qualquer um. O aspecto segurança simplesmente não existe. Você esta na rua, cercado de pessoas de todo tipo. A maioria vai para curtir o show, mas muitos aproveitam para roubar uma carteira, um celular, É uma realidade completamente diferente de um show pago, onde as pessoas passam – bem ou mal – por uma revista da segurança.

Portanto certos cuidados devem ser considerados. Se você esta com vontade de se meter no meio das rodas e chegar mais próximo do palco, vá por sua conta e risco, ainda mais em um show de uma banda pesada.

Mas é possível também procurar um lugar um pouco mais para trás, e foi assim, aproveitando a boa qualidade do som e do telão instalado na esquina da Av. São João com a Rua Vitoria, a uns 40 metros do palco, que pudemos acompanhar esse ótimo show.

Por se tratar da Virada Cultural, patrocinada pela Prefeitura do Município, o horário estranho foi compensado pela ideia e a coragem de colocarem o Suicidal no evento. Afinal, estava na cara que ia ser show concorrido – muita gente, mas muita mesmo – e que os seguranças iriam sofrer com os constantes moshes no palco.

Com 15 minutos de atraso, os primeiros acordes de "You Can't Bring Me Down" juntamente com os gritos de "ST" fizeram os fãs ficarem mais animados e quando a banda entrou, a frente do palco se tornou território de guerra. Guerra por um lugar mais próximo dos músicos.

Depois da abertura bem no estilo Thrash Metal, a clássica "Institutionalized" agradou em cheio a todos. Percebi ao meu redor que tinha pessoas que realmente conheciam o material do grupo, que teve seu auge na primeira metade da década de 90.

Mike Muir não consegue "cantar" como antigamente, mas ele compensa isso sendo um senhor frontman. Não para por um segundo, agitando, pulando, fazendo seus discursos. Agradeceu ao público por ter acordado tão cedo para ir vê-los... mas a impressão era que pouca gente tinha ido dormir, isso sim. Mike Clarck continua seguro na base e os demais membros não comprometeram, muito pelo contrario.

O público mais próximo ao palco ia ficando mais maluco com o passar do show. Todo mundo queria subir e dar seu mosh, mas isso não incomodou os músicos.
Seguiram com a rápida "Freedumb", emendando com a também clássica "War Inside My Head". Ótimas escolhas.

O embalo dos hits da Suicidal continuaram com "Possessed to Skate", com Mike perguntando se tinham muitos skatistas no local e a resposta veio com vários skates sendo erguidos, "Join the Army" que teve seu refrão gritado pelo fãs e uma das minhas favoritas, "Send Me Your Money" (Um dos clipes mais legais dos anos 90).

Todas foram tocadas de maneira insana.
De vez em quando era legal olhar em volta, aqueles prédios, a rua lotada, pessoas de todo tipo e o Suicidal tocando. Já os tinha assistido no saudoso Monster of Rock de 1994, mas jamais iria imaginar revê-los dessa maneira, algo assim… surreal.

Enquanto a banda tocava "Pledge Your Allegiance", a última musica, já fomos nos afastando. Não ia ser uma idéia muito boa estar no meio da massa quando o show realmente terminasse.

Apesar de todos os contra que um show gratuito tem - particularmente nesse evento, o horário, a falta (ou inexistência) de educação de muitas pessoas, o mau cheiro dos banheiros químicos e a sujeira na cidade que tinha sobrevivido a madrugada da Virada Cultural - valeu muito a pena. Afinal, foi uma oportunidade de (re)ver uma excelente banda de Crossover, que transita entre Thrash, Punk, Hardcore com uma facilidade incrível.

Grande show, que venham outros, mas sempre precisamos cobrar mais organização, pois esses eventos que chamamos de "grátis" – eu mesmo disse isso a pouco – são realizados também, com o dinheiro dos nossos impostos.

Setlist

You Can't Bring Me Down
Institutionalized
Freedumb
War Inside My Head
Subliminal
Possessed to Skate
Join the New Army
Send Me Your Money
We Are Family
Jam (Drums solo)
Come Alive
Cyco Vision
I Saw Your Mommy
I Shot the Devil
Pledge Your Allegiance

Abraço e até a próxima
Paulo Márcio

domingo, 13 de maio de 2012

Dorsal Atlântica - Novo CD

Como temos a vontade de propagar o Heavy Metal nacional pelo Brasil e pelo mundo (se possível), nos sentimos na obrigação de divulgar esse projeto.

Um novo álbum da primeira banda de Thrash Metal brasileira, a Dorsal Atlântica. Para levantarem o montante necessário para a empreitada estão com um projeto no site Catarse, vamos nos unir e colaborar para que essa grande banda volte com força total.

Acessem a página do projeto no site Catarse e colaborem: (http://catarse.me/pt/projects/659-novo-cd-da-banda-dorsal-atlantica)

Vamos nos unir de vez ou não?

Colaborem
Equipe True Metal Brazil

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Alestorm - Captain Morgan's Revenge

Banda de Heavy Metal pirata! Não, não é uma paródia ao comercial do DVD pirata que era colocado nos DVDs, em que o mulequinho tirava um sarro da cara do pai por "fazer um boletim pirata". Essa é realmente uma banda de Heavy Metal, autêntica, mas com as temáticas: “piratas”, bebedeiras e aventuras. A própria banda se define como: "True Scottish Pirate Metal" (algo como: "verdadeiro Heavy Metal pirata escocês").

Escutei muitas vezes esse CD antes de escrever a primeira linha desta resenha. É um CD honesto, trás algumas grandes músicas, mas não chega a ser um CD que agrada na primeira audição. Apesar de a temática apelar para o nosso lado mais “romântico” (de alguns), ou mais “sanguinário” (de outros), não é um CD de fácil “digestão”.

Outra coisa que faz um ligeiro apelo é o fato de a banda ser Escocesa. Não sei qual é a razão de todos terem essa profunda admiração pela Escócia, mas já que ela existe, a banda deve tirar o maior proveito disso.

Bom, vamos ao CD propriamente dito, a primeira coisa que me chamou a atenção foi o vocal, uma mistura entre Hansi Kürsh (Blind Guardian), Chris Boltendahl (Grave Digger) e Rock n’ Rolf (Running Wild). Leia novamente e perceba que eu falei uma mistura, não uma cópia. Os vocais são rasgados, em alguns momentos são dignos de uma banda de Thrash Metal, em outros brincam como se estivessem sendo cantados por um bêbado.


Algo que também me chamou a atenção foram as linhas de guitarra, não há imensas “fritações” e firulas, são linhas simples e diretas, mas entregam todo o peso que uma banda de Heavy Metal deve ter.

No primeiro contato o ouvinte terá a clara impressão de ouvir um CD do Runnig Wild, mas esse sentimento se dispersa em uma nova audição, portanto é difícil não ensaiar uma comparação com o Running Wild. Muito provavelmente a temática do CD remeterá a uma comparação direta entre as duas bandas, uma não tem muito a ver com a outra, mas a comparação será quase que automática.

Não pense que vai escutar músicas extremamente rápidas e extremamente pesadas, nem mesmo vocais com guturais no melhor estilo Death e Thrash Metal, não é esse tipo de som que a banda se propõe a fazer. Agora prepare-se para ouvir uma banda Power Metal? Heavy Metal tradicional? Qualquer coisa nesses moldes. Prepare-se também para escutar muitas músicas com gaita de foles, quase que uma marca registrada do Grave Digger, mas que é muito empregado neste CD (e muito bem, diga-se de passagem).

Dê uma chance aos seus ouvidos e escute este CD, pode não ser extremamente inovador, mas é um trabalho Honesto.

Segue a relação das faixas do CD:


1. Over the Seas
2. Captain Morgan's Revenge
3. The Huntmaster
4. Nancy the Tavern Wench
5. Death Before the Mast
6. Terror on the High Seas
7. Set Sail and Conquer
8. Of Treasure
9. Wenches and Mead
10. Flower of Scotland

Divirtam-se
Mauro B. Fonseca

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Rage - 21

Quem me conhece, sabe do apreço e, principalmente, respeito que tenho pelo Rage. Sabe também que sempre fui enfático em dizer e considerar que a melhor fase da banda foi quando era composto por Chris Efthimiadis e Manni Schmidt, além do Peavy. Assim sendo a partir do Black in Mind, continuei ouvindo lançamento após lançamento mas sem tanto interesse, pois os álbuns apesar de bons não transmitiam mais aquela energia e vigor tão característicos.
 
Então...o que eu quero falar é....que... "21" é um álbum MATADOR! Pronto Mauro, falei! É um álbum excepcional, agressivo, totalmente Heavy Metal. Não trás nenhum elemento de música clássica ou orquestrações, não tem experimentações, firulas ou invencionices, só a boa e velha sonoridade do Rage, reinventada!
 
A maior dificuldade em descrever o 21 não é falar das músicas, mas tentar definir ou eleger qual dos três músicos mais se destaca, então vou por eliminação.

Peavy, tá fora! O crescimento dele nos 20 álbuns lançados pelo Rage é evidente, além do que seu timbre e técnicas vocais são a marca registrada da banda. Neste álbum destacaria somente os guturais na faixa Serial Killer. Como baixista, Peavy, é aquele arroz com feijão, desde sempre foi assim e não seria agora que viraria o destaque da banda.
 
André Hilgers, tá fora! Não diria que o André conseguiu substituir o Chris, muito menos o Mike Terrana, mas com certeza absoluta o cara impõe respeito. O cara tem uma pegada bastante agressiva e técnica bastante apurada.
 
Victor Smolski, é esse! Caramba! O cara consegue ser simples, de repente muda completamente deixando o lance complexo,  seja nas bases, seja nos solos, que ora lembram um vigoroso Hard Rock, ora um visceral Thrash Metal, e vez ou outra passa pelo Power Metal que outrora foi referência do Rage. Impressionante a inventividade e versatilidade que este músico possui.
 
O bacana deste álbum, em minha humilde opinião, é que marca o retorno do Rage ao estilo que conheci em 1988, com uma sonoridade mais moderna, mas com muuuuuito Heavy Metal.
 
Melhores músicas? Todas, sem dúvida! Ouvi aos 58 minutos do CD, diversas vezes, sem desgostar de nenhuma das faixas.  Já entrou na minha lista para figurar entre os melhores de 2012 (esse ano a briga será feia...Kreator, Before The Dawn, Grand Magus...viiiixxxxxxiiiiii). Conclusão? Tá esperando o que para ouvir esse álbum MATADOR, hein?!
 
As faixas do álbum são:
 
1. House Wins
2. Twenty One
3. Forever Dead
4. Feel My Pain
5. Serial Killer
6. Psycho Terror
7. Destiny
8. Death Romantic
9. Black and White
10. Concrete Wall
11. Eternally
 
A versão avaliada conta, ainda, com um CD bônus com faixas pinçadas de um show realizado no Shibuya O-East em Tóquio/Japão, nos dias 15 e 16 de Abril de 2010.
 
As faixas são:
 
1. Opening
2. The Edge of Darkness
3. Hunter and Prey
4. Into the Light
5. Drop Dead
6. Empty Hollow
7. Light Into the Darkness
8. Higher than the Sky
9. War of Worlds
10. Carved in Stone
11. Soundchaser
12. Down
 
Muito Obrigado
Abraço
Márcio Rebelo

quarta-feira, 2 de maio de 2012

ANNIHILATOR – Carioca Club, 24 de abril de 2012.

Annihilator. Foto: Paulo Márcio.
Certas bandas fazem parte de um grupo especial. Elas não são conhecidas pelo público comum que escuta sua radio rock diariamente. Mas nem por isso deixam de possuir seus seguidores, aqueles que acompanham ano a ano, álbum após álbum. E quando uma dessas bandas vem (quase duas décadas após ter iniciado sua carreira) ao nosso país, a expectativa ultrapassa qualquer palavra. É questão apenas de saber quando e onde vai ser o show. Os fãs estarão lá.

Antes de falar da apresentação dessa banda que é uma das minhas favoritas dentro do Thrash, é preciso registrar que não foi uma passagem tranqüila que Jeff Waters e sua turma encontraram por aqui. Infelizmente o ANNIHILATOR esteve presente no capitulo mais negro do metal nacional em todos os tempos. O "inesquecivel" Metal Open Air em São Luiz, Maranhão. A banda iria tocar no ultimo dia, e todos sabem dos problemas, cancelamentos e VERGONHA que foi tudo o que se refere ao tal festival. Como isso já foi para lá de comentado, paramos por aqui.

O primeiro show do ANNIHILATOR ficou mesmo para a capital paulista, meio de semana, muita concorrência com outros shows em datas próximas, preços altos dos ingressos, etc. São esses os motivos sempre citados para se avaliar se um público foi bom ou não em um evento atualmente. E todos validos, mas para esse em particular, um fator a mais foi colocado em pauta: a empresa produtora do show, era uma das sócias (portanto responsável) do fracassado festival já citado. O que provocou dúvidas, incertezas e preocupações.
 
Jeff sendo "engolido" pela galera da fila. Foto: Paulo Márcio.

Mas vamos ao que interessa. A casa abriu as portas por volta das 20 horas, mas a primeira surpresa já havia acontecido. Jeff fez questão de sair e encontrar os fãs na fila, que puderam tirar fotos, pegar autógrafos. Muito legal.

A banda americana da vocalista Otep Shamaya abriu a noite pouco depois das 21 horas para um bom numero de fãs que foi exclusivamente para assisti-la. Entende-se, pois não há nenhuma semelhança entre o OTEP e o ANNIHILATOR. Com o som na linha do Nu-metal do inicio da década passada, guitarras distorcidas, vocais guturais e certas vezes beirando o rap, o OTEP fez um set de 50 minutos – curto demais pra quem gosta, uma eternidade pra quem não suporta.

OTEP. Foto: Paulo Márcio.
 Dentro da sua proposta, foi um show OK, apesar do som da casa estar ruim. Após sua apresentação, eles foram para um reservado localizado na própria pista do Carioca, onde estavam comercializando camisetas e CD’s, e atenderam aos fãs. Boa atitude, que poderia ser seguida por outras bandas.

Pouco depois das 22h30 o ANNIHILATOR tomou o palco com a pesada “Ambush” seguida da já clássica “King of the Kill”. Começava do jeito que se esperava muito peso, músicos entrosados, presença de palco e o fãs cantando alto.

O ANNIHILATOR atual é muito diferente visualmente daquele do final dos anos 80 começo dos 90. Muita gente ainda tem as imagens ‘clipadas’(Sic) de Randy Rampage ou Aaron Randall em suas lembranças, que traz recordações da época em que a banda possuía o padrão de ótimos ‘frontmen’ como um quinteto.

Mas mesmo como um quarteto - Dave Padden faz a maioria dos vocais e se garante bem na guitarra há quase 10 anos – o poder sonoro da banda compensa essa nostalgia. Até porque podemos definir o ANNIHILATOR em apenas um musico: Jeff Waters e sua Flying V vermelha. Sim, um dos principais guitarristas da historia do Thrash, deu um show a parte com seus solos ora trabalhados, ora rápidos... muita técnica e carisma. O cara é um monstro.

Foto: Paulo Márcio.
O público que a essa altura tinha melhorado, pode presenciar uma apresentação com garra, segura e pesada, muito pesada. “Clown Parade”, ”Set the World on Fire”, a maravilhosa “W.T.Y.D.”, e “Stonewall” mantiveram o público participativo, cantando os refrões. Muitos pediram varias vezes por “Never, Neverland” que ficou fora do setlist. Pena, na minha opinião, o único senão da noite.

Já caminhando para a parte final “21” e “I Am in Command” foram muito bem recebidas. Claro que para encerrar com chave de Metal, a música que todos esperavam: “Alison Hell”, o clássico definitivo dessa banda do Canadá, com público e músicos visivelmente emocionados ao final. Promessas de um retorno em breve, e conto com isso. E que da próxima vez, pouco se comente sobre problemas extra-palco e sim apenas se pautar na apresentação do grupo.

No final das contas, outro grande nome da historia do heavy metal nos visitou, mostrou estar em grande fase - último lançamento foi o ‘self-titled’ ANNIHILATOR de 2010. Esperemos um novo álbum e uma nova tour para o futuro. De preferência com nosso país devidamente agendado. O fãs agradecerão.

Foto: Paulo Márcio.
 Setlist:

Ambush
King of the Kill
Betrayed
Clown Parade
Ultra-Motion
Set the World on Fire
W.T.Y.D.
Burns Like a Buzzsaw Blade
Phantasmagoria
Stonewall
21
I Am in Command
The Trend
The Fun Palace
Encore:
Shallow Grave
Alison Hell

Abraço
Paulo Márcio