terça-feira, 17 de julho de 2012

Golpe de Estado – 13 de julho de 2012 (S. B. do Campo).

Foto: Paulo Márcio
Sexta feira 13, mês de julho, Dia Mundial do Rock, e uma grande oportunidade ‘pra conferir’ umas das mais relevantes bandas do rock and roll nacional.

Evento realizado no Teatro Lauro Gomes, no Rudge Ramos que fica em São Bernardo do Campo, ABC paulista, que diversas vezes acolheu a banda em seus quase 25 anos de estrada. A noite muito fria e principalmente, a falta de divulgação, fez com que o público fosse decepcionante, mas os fãs mais cativos e os que tiveram a sorte de saber do evento, puderam presenciar a uma ótima apresentação de Hélcio Aguirra (g) e Nelson Brito (bx), os dois que fazem parte do Golpe desde o primeiro álbum em 1986 e dos membros mais novos, Roby Pontes (bt) e Dino Linarti (v) que têm a complicada missão de ocupar os lugares que foram simplesmente de Paulo Zinner e Catalau.

Foi a primeira vez que eu pude acompanhar um show do Golpe com essa formação, mas não que eles não tenham dado oportunidades, pois estão tocando com boa freqüência desde o ano passado, aquecendo para uma tour que ira divulgar o novo álbum, que deve ser lançado no final de agosto e deverá se chamar “Direto do Front”.

Shows em teatros tem suas particularidades, como horário para começar e para terminar, você tem que permanecer sentado nas poltronas, mas oferecem boa acústica e excelente visualização do espetáculo. É meio estranho ver as pessoas sentadas aguardando o inicio e uma boa parte, acompanhou todo set sentados mesmo. Mas importante dizer que a educação predominou, e o bom senso dos administradores do local também, permitindo que nas laterais do Teatro, as pessoas que quiseram, puderam acompanhar em pé.
Com quinze minutos de atraso – o show estava marcado para as 21:00 - começam com as clássicas “Nem policia, nem bandido” e “Parte do inferno” e como já era esperado, os fãs cantaram com gosto as duas, que possuem letras muito conhecidas.

Foto: Paulo Márcio
 Dino tem presença de palco, é comunicativo e lembra um pouco o Catalau no jeito de cantar, o que não é nenhum demérito, muito pelo contrario. As musicas mais famosas e conhecidas do Golpe, foram eternizadas por Catalau. Seria difícil cantá-las de um modo diferente.

A próxima foi umas das que vão fazer parte do novo álbum, chamada de “Rockstar”, que esta perfeitamente dentro do padrão das composições da banda. Logo após tocá-la, o vocalista pergunta para a platéia se ela tinha agradado, e a resposta foi positiva, mas muitos outros clássicos ainda estavam por vir e ninguém, é claro, ficou decepcionado.

A poética “Paixão”, a sempre atual “Mal Social” e a super conhecida pelo pessoal das mais antigas, “Underground” fizeram com que algumas pessoas começassem à acompanhar o show da maneira mais entusiasmada e participativa.

“Caso sério”, sempre foi um capitulo a parte nos shows do Golpe, e os fãs presentes mostraram que conheciam muito bem a letra. Seguiram com “Olhos de guerra” e “Não é hora”. Repertório conhecido não é problema para eles, capacidade e talento muito menos. Hélcio continua como nos tempos do Harppia, seguro nas bases e solando como os grandes das seis cordas. Nelsão sempre mantendo o ritmo com precisão e como já disse antes, Dino mandando bem como frontman. Faltava o batera Roby mostrar sua técnica, e a oportunidade veio em um pesado solo.

Mais duas composições novas são apresentadas: “Feira do rato”, bem pesada e “Falo que não faço”, que tem uma letra bem irônica. Entre elas tocam a também clássica “Sem elas” que ao longo do show, tinha sido muito solicitada por alguns fãs, assim como “Filho de Deus” que encerra a apresentação.

Sem muito o que enrolar devido ao tempo já quase estourado, lembrando que o show teria que terminar por volta das 22h30, voltam rapidamente para um bis no espaçoso palco do Teatro Lauro Gomes, coroando o ótimo espetáculo com o hino “Noite de balada”, com todas as pessoas da platéia de pé e cantando. Assim terminava mais uma excelente apresentação do Golpe de Estado.

O grande senão mesmo foi o pequeno público, coisa chata, pois uma banda com tamanha importância merecia casa cheia. Claro, divulgação de um evento sempre se faz necessária, mas fica a dica para quem perdeu esse ou algum outro show. Acompanhem suas bandas preferidas, hoje é muito mais fácil. Eu mesmo fiquei sabendo desse show pela pagina do Golpe de Estado no Facebook. Outras oportunidades virão, afinal, o ABC paulista ao longo dos anos, sempre acolheu a banda com carinho.

Já são mais de dois anos com essa formação atual e um álbum - que será o oitavo na discografia da banda - com músicas inéditas saindo do forno. Condições que mostram que o grande Golpe de Estado tem tudo para continuar firme e forte na estrada, mostrando seu rock n’ roll de qualidade para os fãs e os apreciadores de boa música em geral.

Setlist:

01. Nem policia, nem bandido
02. Parte do inferno
03. Rockstar
04. Paixão
05. Mal social
06. Underground
07. Caso sério
08. Olhos de guerra
09. Não é hora/ solo de batera
10. Feira do rato
11. Sem elas
12. Falo o que não faço
13. Filho de Deus
14. Noite de balada

Abraço,
Paulo Márcio

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Vakan - Freeze!

Escrever essa resenha me tomou mais tempo do que eu esperava levar para fazê-la, o motivo foi a minha preocupação em apresentar minhas impressões sobre o trabalho de uma banda iniciante, pois eu sei que a minha opinião pode pesar na decisão comprar ou não determinado produto, pelo menos acredito que isso ocorra.

Parte da demora em fazer essa resenha se deu pela "entrega" do material pela banda, cerca de 5 dias úteis para me enviar o EP, o que agradeço enormemente o crédito dado ao blog pela banda.

Outra parte da demora foi o meu processo de "escutar" o EP, cerca de duas semana (processo este que faço com todas as coisas que me predisponho a resenhar), afinal cada material precisa de minha total atenção, e em alguns casos atenção redobrada.

O mais demorado desta resenha, por volta de 2 meses (e peço desculpas aos integrantes da Vakan por esse fato), foi a minha dúvida em publicar ou não a resenha, pois sei como o público brasileiro é... digamos... "exigente" com as bandas nacionais, em especial com as novatas. Bom, mas tive tempo suficiente para refletir e acredito ser uma parte do processo de se ter um blog e se propor a resenhar materiais de bandas, sejam elas brasileiras ou não. Então vamos ao trabalho da Vakan.

A banda Vakan é formada por Lucas Oliveira na bateria, Guma Streb e Alexandre Marinho nas guitarras, Carlos L. Schimitt no baixo e Matheus Oliveira nos vocais. O EP de estréia desta banda do Rio Grande do Sul, tem 4 músicas resultando em 18 minutos de Heavy Metal. O trabalho gráfico do encarte é bem caprichado, vem com as letras, fotos dos integrantes, bem profissional, como se fosse um CD completo. Difícil de encontrar tanto capricho em um EP, até mesmo de bandas gringas.

Antes de continuar a resenha quero deixar claro que o que deixo registrado aqui nada mais é o que sinto ao ouvir o CD e o meu gosto pessoal, que me acompanha desde o dia em que eu nasci. Estou falando isso, para deixar registrado logo de cara que eu não gostei dos timbres de guitarra, mas isso é o meu gosto falando. Os timbres de guitarra que não me agradaram, não impedem a banda de continuar fazendo um Heavy Metal Bacana, e de muita qualidade.

Os vocais são legais, pelo simples fato de não serem "afetados" e nem terem a pretenção de serem os mais agudos do mundo, são bem colocados, balanceados entre partes agudas e partes mais graves, construindo melodias com variação, muito legal. A banda soa muito coesa e mesmo eu não curtindo os timbres de guitarra, há solos bem elaborados e que se encaixam como uma luva nas músicas.

Assim como acontece com qualquer banda, esse EP é uma parte do processo de amadurecimento da banda, acredito que a Vakan tem grande potencial e que muito em breve ouviremos falar da banda, espero ansioso pelo CD debut da banda para "ouvir" a evolução natural da banda.

Destaco a "Behind a Lie" e "Moving On" (que começa com um baixo levando a melodia, ficou bem legal), ambas tem riff legais e que acabam "grudando" na sua mente. Prestem atenção nessa banda.


Segue a relação das músicas:


01 - Behind a Lie
02 - According to You
03 - Curtain call
04 - Moving On


Obrigado
Mauro B. Fonseca

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Viper – Central Rock Bar (Santo André), 22 de junho de 2012

Foto: Paulo Márcio
Uma noite fria de inverno, típica do mês de junho. Se o tempo não ajudava muito, o público era muito bom e era visível a expectativa de todos que estavam na fila para entrar na casa.

Eu estava ansioso para ouvir novamente as músicas do "Theatre of Fate", um álbum que não ficou devendo nada para um lançamento estrangeiro. Seguramente um dos melhores de uma banda nacional de todos os tempos.

Após um LP de estréia promissor, "Soldiers of Sunrise", que chamou atenção de todos no cenário da musica pesada, era o momento perfeito para o Viper decolar de vez.

Abrindo ao som da instrumental "Illusions", emendando na rápida "At Least a Chance", entram no palco André Matos (V), Guilherme Martin (Bt), Pit Passarell (Bx), Yves Passarell (G) e Felipe Machado (G) em grande estilo.

Era o ultimo show da tour, e com muito entrosamento, energia e vibração, o Viper contagiou a todos. Quase todas as músicas foram cantadas em coro com a banda, com destaque para bela "Living For The Night", que foi um capitulo a parte. Inesquecível.

Naquele momento eu tinha certeza absoluta que estava diante de uma banda que, salvo algum problema de percurso, iria se tornar umas das melhores do mundo dentro do seu estilo. E acredito que as demais pessoas que estiveram no Dama Xoc, assim como eu, jamais se esqueceram daquela noite fria de 30 de junho de 1990.

Faltando apenas oito dias para completar vinte e dois anos daquele memorável show, o Viper com quase a mesma formação daquela noite, volta aos palcos, e o local escolhido foi o acanhado Central Rock Bar, no ABC.

Foto: Paulo Márcio

Hugo Mariutti substituiu Yves, que em virtude dos seus compromissos, só vai participar de alguns shows dessa reunião.

Muita coisa aconteceu em mais de duas décadas, mas fãs antigos – como eu – e mais novos, que nem estavam neste mundo quando o Viper se apresentou com sua formação clássica pela ultima vez, foram conferir. A proposta era tocar os dois primeiros álbuns na integra. A certeza era que o show teria bem mais de duas horas.

E com muita descontração e algumas mudanças na ordem exata das músicas em relação ao LP, tocam todo "Soldiers of Sunrise" na primeira parte da apresentação. Destaque para "Wings of the Evil" e "H.R.", na qual André perguntou aos presentes, se alguém sabia o significado dessa sigla, que dá nome à primeira composição da banda (para quem não sabe, o significado é Heavy Rock).

O clima de descontração, bem típico de shows em bares, transcorreu durante a noite toda. Fãs que estavam muito próximos ao palco, pediam algumas músicas, inclusive "Carry On" do Angra, mas André deixou bem claro que o que importava agora era o Viper. Algumas brincadeiras futebolísticas, interação com a platéia, coros de "olê, olê, olê, Viper"... e histórias do inicio do grupo. Muito legal. Mas o que realmente me chamou atenção foi o ótimo entrosamento dos músicos, apesar dos poucos ensaios e o tempão que não tocavam juntos.

Um breve intervalo foi programado antes da execução das músicas do "Theatre of Fate".

A banda saiu do palco e um vídeo de aproximadamente 15 minutos foi exibido no telão. Uma bela surpresa, com muitas imagens do final da década 80, dos primórdios do Viper, verdadeiros moleques na época. Depoimentos dos integrantes da formação clássica e de ex-integrantes também, contando um pouco sobre a banda. Além do famoso show no Colégio Rio Branco, mais conhecido como o show da tocha, que por pouco não terminou em um incêndio. Felizmente nada de grave aconteceu. Esse vídeo foi uma verdadeira viagem no tempo, que prendeu a atenção da platéia.

No meu caso foi saudosismo ao extremo, pois vivenciei muito bem aqueles dias, tornando essa noite para lá de especial.

Foto: Paulo Márcio
A banda retorna para tocar o magnífico "Theatre of Fate", mas o som, que já não estava cem por cento na primeira parte da apresentação, piora consideravelmente, com muitas microfonias. Uma pena. Mas eles seguem em frente com destaques absolutos para "At Least a Chance", "Cry From The Edge" e "Living For The Night", que como nos velhos tempos, foi cantada por todos os presentes.

Antes de "Moonlight", André lembra que se esqueceu de apresentar a banda no momento pré-combinado, e novamente num clima de muita descontração, convida a platéia para cantar novamente "Living For The Night", para que ele pudesse apresentar seus companheiros.

Para o bis, já por volta das 3h30 da madrugada, tocam a cover do Queen, "We Will Rock You", que era freqüente nas apresentações do Viper no final dos anos 80, seguida pela bela "Spreading Soul" e encerram com "Rebel Maniac" do álbum Evolution. Uma verdadeira maratona que exigiu fôlego e talento, recheada de músicas clássicas do Viper e que todos os presentes não irão esquecer tão cedo.

Também é importante dizer que antes do Viper se apresentar, duas bandas aqueceram a platéia. A estreante Demolition Inc., do ex-vocalista do Seventh Seal, Ricardo Peres, que fez um set curto mais competente e a banda do grande Mario Pastore, que como sempre esbanjou categoria. Sem duvida alguma, é um dos melhores vocalistas da atualidade no cenário nacional.

Foto: Paulo Márcio
Pastore também está iniciando a divulgação do seu novo álbum, "The End Of Our Flames" que está simplesmente matador. Vale muito a pena conferir o CD e a resenha feita pelo meu amigo das antigas, Márcio Rebelo, aqui para o blog.

Depois desta apresentação que deu inicio a essa nova fase do Viper, me lembrei muito daquele show que assisti no Dama Xoc, também em uma noite fria de junho, anos atrás.

Como disse anteriormente, naquela época, eu tinha certeza que estava diante de uma banda que tinha tudo para ser uma das melhores do mundo dentro da sua proposta. Hoje os tempos são outros, mas espero que não aconteça nenhum imprevisto que interrompa novamente o caminho desta formação clássica do grupo.

Que o Viper possa continuar fazendo excelentes shows, conquistando novos fãs, e quem sabe gravar um novo álbum com músicas inéditas, pois o lançamento de um "Ao vivo" é uma promessa que deve virar realidade muito breve.

Setlist:

 
- "Soldiers of Sunrise":

1. Knights of Destruction
2. Nightmares
3. The Whipper
4. Wings of the Evil
5. H.R.
6. Soldiers of Sunrise
7. Signs of the Night
8. Killera (Princess of Hell)
9. Law of the Sword

 
- "Theatre of Fate":
1. Illusions
2. At Least a Chance
3. To Live Again
4. A Cry from the Edge
5. Living for the Night
6. Prelude to Oblivion
7. Theatre of Fate
8. Moonlight


Encore:
- We Will Rock You (Cover do Queen)
- Spreading Soul
- Rebel Maniac

Abraço
Paulo Márcio