terça-feira, 28 de junho de 2011

Pastore - The Price For The Human Sins

Não sou profundo conhecedor, nem, ao menos, sequer um fã desde o início da carreira do Mário Pastore (que teve início em 1987, salvo engano). A primeira vez que ouvi pronunciarem seu nome foi em 2002, no projeto Hamlet (Die hard Records), onde ele faz participações em duas faixas, trecho inícial da "The Last Words" e no refrão da "To Be...", sendo que ele também gravou todas as vozes das vinhetas. Posteriormente, em 2006, ouvi novamente, agora no Living In Fantasy, do Delpht.

Ouvindo novamente os dois álbuns e comparando com este, não tenho medo de falar que na Pastore - banda - o Mário se achou como vocalista. Canta com maestria, precisão, técnica e, sobretudo, versatilidade!

Sou péssimo para rotular um estilo, e a Pastore fez a gentileza de colaborar ainda mais, para piorar essa minha dificuldade. Durante a audição das 12 músicas, em 51 minutos, tive a nítida impressão de ouvir: Bruce Dickinson, Rob Halford, Phil Anselmo e Ralf Scheepers; com uma sonoridade de Iron Maiden e Helloween. Sendo assim, decidi rotular, simplesmente, como Heavy Metal.

O trabalho do Gazal também impressiona, tanto pela criatividade - fugindo da mesmice de riffs - como também pelos arranjos, peso e velocidade que executa as músicas. O Ravache e o Buitvidas, executam um trabalho em conjunto, cirurgicamente preciso.

Não consegui eleger uma música como preferida, porque em cada audição uma se sobressaiu. Isto porque se você separar as 12 faixas e ouvi-las em momentos diferentes, certamente, terá a impressão de que são de álbuns e bandas diferentes (bendita seja a diversidade!). A faixa Horizons, por exemplo, começa com violão e voz limpa e suave, vai tomando volume, crescendo e crescendo, até ganhar corpo com a voz mais empostada e aguda, e o peso imposto pelo resto da banda. Matadora²!

Aqui, deixo uma opinião, muito mais do que particular: não é só gringo que faz e produz Heavy Metal com Qualidade e Profissionalismo (sim, com letra maiúscula mesmo, assim ninguém duvidará da Qualidade e do Profissionalismo desta banda). Prestem atenção em bandas como a Pastore!

As faixas do álbum são:

1. The Price for the Human Sins
2. Fears & Lies
3. Fallen Angel
4. Far Away
5. Just Human
6. Hercolubus
7. Horizons
8. Keep the Flame Alive
9. Nobody's Watching
10. Darkest Dreams
11. Save My Soul
12. Sign from the Skies

Abraço
Muito Obrigado
Márcio Rebelo

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Tyr - Lay Of Thrym

Há muito tempo não ouvia algo que empolgasse de verdade, que contagiasse, como este álbum. Talvez, tudo isso, deva-se ao fato de tamanha originalidade e perfeição com que os caras misturam e executam - com maestria - elementos de Heavy Metal, Progressivo e Folk, e uma das minhas grandes paixões: Mitologia Nórdica.

Em pouco mais de 56 minutos, o resumo da história do roubo de Mjölnir (Martelo de Thor) pelo Rei dos Profanos, o gigante, Thrym, é contada. É difícil (para não dizer impossível), colocar em palavras o peso, velocidade, melodia, coros, ambientes e atmosferas criadas em cada uma das 12 músicas, diga-se de passagem, muito diferentes entre si. Interessante é que após ouvir a primeira vez, automaticamente acionei a função “repetir” e continuei ouvindo, várias e várias vezes, seguidas.

Heri Joensen é um capítulo à parte, nesta banda, pois além de um magnífico guitarrista, tem um poder vocal fascinante. Ouça o início da "Evening Star" e você entenderá o que eu quero dizer, pois os instrumentos, apesar de claros e detectáveis, somem ante a voz do monstro!

Para mim, os grandes destaques de todo este álbum, são as músicas "Fields Of The Fallen" e "Shadow Of The Swastika". Rápidas, com riffs de guitarra melódicos e grudentos, baixo e bateria - cirurgicamente - precisos, pesadíssimas, e com as melhores linhas vocais e coros de todo o álbum.

Traçando um paralelo, que muitos podem considerar nada a ver, o Tyr transparece a essência do Blind Guardian, quando o peso e melodia prevaleciam à orquestração.

Não posso fazer outra coisa, além de recomendar este grandioso trabalho! CD Matador.

Segue a relação de músicas do CD:

1. Flames of the Free
2. Shadow of the Swastika
3. Take Your Tyrant
4. Evening Star
5. Hall of Freedom
6. Fields of the Fallen
7. Konning Hans
8. Ellindur Bóndi á Jadri
9. Nine Words of Lore
10. The Lay of Thrym
11. I (Bonus Track)
12. Stargazer (Bonus Track)

Muito Obrigado

Abraço
Márcio Rebelo

quarta-feira, 22 de junho de 2011

VersOver - Live Perspective

Após quase 5 anos sem lançar material novo, é um grande prazer ouvir novamente essa banda talentosíssima. Não que o material em questão seja exatamente inédito, mas é uma gravação nova de músicas antigas em um show novo, gravado e lançado em 2009.

A grande especialidade do VersOver é a precisão,  o que você escuta no CD é o que com certeza escutará no show, mesmo que hajam improvisos durante o show, as músicas ficam impecáveis.

Com músicas cativantes os shows são sempre muito enérgicos, o que não dá para perceber em um CD, mas tudo bem, pois este álbum vem com um DVD, isso mesmo um DVD, bônus para que você possa se deliciar com a energia do VersOver no palco.

Curioso é o fato de que o DVD realmente vem como bônus, o que não se pode dizer de muitos CDs com DVD “bônus” por aí, mas essa também é uma característica da gravadora que lançou o VersOver, a Die Hard Records, a honestidade.

O deleite com o CD/DVD "Live Perspective" já começa com a caixinha, é um digipack (muito bem feito) que não deve nada para nenhum digipack gringo, outra marca registrada da banda, o cuidado com seu material.
Antes ainda de colocar o CD ou o DVD para rodar, o ouvinte vai notar que a formação da banda é a mesma do primeiro CD – “Love, Hate & Everything in Between”, os irmãos Rodrigo e Gustavo Carmo (voz e guitarra respectivamente), Fernando Hagihara (baixo), Maurício Magaldi (bateria) e Fabio Laguna (teclado) como músico convidado.

Ao escutar o CD, tem-se a impressão de que ouvimos uma banda que nunca parou de ensaiar, que seus membros ainda moram um ao lado do outro e ensaiam todos os dias, tamanha precisão dos músicos que formam o VersOver.

O CD começa com a poderosa “Dead Hour” (que teve o nome “encurtado” do CD original, se chama “Dead Hour And Twelve Minutes More”, não sei o motivo, mas não altera a qualidade da música), seguida de “Prologue” e “Thrist”, só este trio inicial já faz com que o ouvinte levante da cadeira e se isso não for possível, pelo menos ficará inquieto e marcando o tempo das músicas com as mãos, pés e cabeça.

Com aproximadamente uma hora e 13 minutos de duração, o CD/DVD continua com uma seleção bem misturada de todas as fases da carreira da banda, o que não vai deixar todos os fãs do VersOver contentes, pois cada fã dirá que poderiam ter tocado “essa música” ou até mesmo “aquela música especial”, mas como não se pode agradar a todos sempre, o CD representa bem a carreira do VersOver.
 
Particularmente eu senti falta das muito bem escritas, pensadas, construídas e executadas “Wind up the Clock”, “Screams of Pleasure”, “Signs of the Past”, “Hell Above You”, “Cracking Kissing” e “A Letter to Ophelia”, mas como já disse antes, não é possível agradar a todos sempre.
Mesmo assim deu tempo de tocarem duas músicas que acho que deveriam ser o carro chefe de vendas dos CD “House of Bones”, mas que estranhamente muita gente não gosta, que são a própria “House of Bones” e “Touch The Walls”, duas músicas maravilhosas. Se você não pular com essas duas músicas, acho melhor você ir checar a sua cabeça, pois deve ter algo de errado com ela.
A ordem das músicas é a mesma tanto para o CD quanto para o DVD, o que me parece obvio, uma vez que é uma gravação ao vivo, mas já vi casos de outras bandas em que a lista das músicas é alterada do CD para o DVD.

A ordem das músicas é a seguinte:

1. Dead Hour (House of Bones)
2. Prologue (House of Bones)
3. Thirst (Built Perspectives)
4. The Proudest One (Endurance)
5. Spleen (Love, Hate & Everything in Between)
6. All Soul’s Day (Built Perspectives)
7. The Pain Inside (Love, Hate & Everything in Between)
8. Dope (Endurance)
9. Gala Night (Built Perspectives)
10. House of Bones (House of Bones)
11. Touch of Walls (House of Bones)
12. Smoke on the Water (Deep Purple cover)
13. The Ripper (Judas Priest cover)
14. War Pigs (Black Sabbath cover)
15. Enter Sandman (Metallica cover)

Mesmo após todas as excelentes músicas da carreira do VersOver serem executadas, a banda ainda nos presenteia com 4 “covers” de primeira, quem nunca pulou com o refrão de "Smoke on the Water" do Purple? Se arrepiou com “All hear my warning, Never turn your back, On the ripper” do Judas Priest? Não se lembra do Ozzy ou mais recentemente do Mike Patton cantando “No more war pigs of the power, Hand of god has struck the hour”? E finalmente James Hetfield com a guitarra nos joelhos, quase abrindo um espacate no palco berrando a plenos pulmões “Exit light, enter night, take my hand, off to never never land”?

Isso quer dizer que após fazer a platéia pular por quase uma hora, ainda restou energia para mandar esses clássicos do Heavy Metal e fazer cada MetalHead presente pular feito doido cantando junto com o VersOver.

Quem foi ao show teve uma excelente noite de música, pode perguntar a qualquer um que esteve presente e ele lhe dirá exatamente isso.
Quem não foi pode se consolar com o CD/DVD que o VersOver se esmerou ao máximo para lançar. Pena que este que vos escreve não esteve por lá, e posso dizer que não foi por falta de convite. Quem sabe na próxima? Por enquanto agradeço à banda por ter feito esse lançamento para nos dar água na boca para um próximo show.

Se você ainda não tem o seu, vá correndo comprar antes que seja tarde demais, se é que já não é tarde demais...

Divirtam-se
Mauro B. Fonseca

Para maiores informações sobre este CD, deixe um comentário com seu e-mail, ou escreva para: truemetalbrazil@gmail.com

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Vulture - Through The Eyes Of Vulture

E dá-lhe Diehard Records! Que mais uma vez acerta a mão e lança um trabalho matador de uma banda prá lá de matadora! Bom, não vou mentir, mas esse  tipo de som que o pessoal do Vulture faz não é um dos meus prediletos, ou melhor, não era!

É simplesmente impossível descrever em palavras o que esse pessoal de Itapetininga faz neste CD, a garotada apavora! Seguem a mesma linha caótica, brutal e avassaladora do seu lançamento anterior, Test Of Fire.

Fazendo um som prá lá de extremo, pedaleira dupla comendo solta, vocal urradíssimo (o Adauto deve ter gravado o CD com um salmão enroscado na goela), backing vocals muito bem e estrategicamente colocados, riffs marcantes e um groove e melodia que em muitos momentos remetem ao Vintersorg; fazendo com que o som não seja maçante e flua naturalmente.

O crescimento profissional e técnico dos caras é gritante se comparado ao lançamento anterior, este CD beira a perfeição e pode ser facilmente confundido com um trabalho de banda gringa. Ainda não consegui eleger uma faixa preferida, mas tem uma que merece um destaque especial, a Abençoado Seja o Homem Ateu. Com uma letra prá lá de realista, provocante, instigante e para os religiosos...blasfêmica! 

As faixas são: Where The Vulture Sleeps; Godless Age; Cold Air; Diemocracy; Blessedness Thru; Emptyness; Legacy Of Cain; Dark Visions; Your Savior Will Never Come; Unholy Truth; Strong As A Storm; Under The Blackest Horizon e Abençoado Seja o Homem Ateu. 

Aproveito para deixar um "recado" para aqueles que acham que só banda gringa faz som de qualidade: Deixem de lamber o saco dos gringos e ouçam com mais atenção bandas como esta. Certamente um dos melhores álbuns do ano! E que os abutres venham recolher meus cacos! Esse CD é MATADOR!!!


Ficha Técnica

Banda: Vulture
Título: Through The Eyes Of Vulture
Origem: Brasil
Ano de Produção: 2008
Gravadora: Die hard
Fabricação do CD: Brasil
Número de Faixas: 12

Márcio Rebelo