Foto: Paulo Márcio |
Eu estava ansioso para ouvir novamente as músicas do "Theatre of Fate", um álbum que não ficou devendo nada para um lançamento estrangeiro. Seguramente um dos melhores de uma banda nacional de todos os tempos.
Após um LP de estréia promissor, "Soldiers of Sunrise", que chamou atenção de todos no cenário da musica pesada, era o momento perfeito para o Viper decolar de vez.
Abrindo ao som da instrumental "Illusions", emendando na rápida "At Least a Chance", entram no palco André Matos (V), Guilherme Martin (Bt), Pit Passarell (Bx), Yves Passarell (G) e Felipe Machado (G) em grande estilo.
Era o ultimo show da tour, e com muito entrosamento, energia e vibração, o Viper contagiou a todos. Quase todas as músicas foram cantadas em coro com a banda, com destaque para bela "Living For The Night", que foi um capitulo a parte. Inesquecível.
Naquele momento eu tinha certeza absoluta que estava diante de uma banda que, salvo algum problema de percurso, iria se tornar umas das melhores do mundo dentro do seu estilo. E acredito que as demais pessoas que estiveram no Dama Xoc, assim como eu, jamais se esqueceram daquela noite fria de 30 de junho de 1990.
Faltando apenas oito dias para completar vinte e dois anos daquele memorável show, o Viper com quase a mesma formação daquela noite, volta aos palcos, e o local escolhido foi o acanhado Central Rock Bar, no ABC.
Foto: Paulo Márcio |
Hugo Mariutti substituiu Yves, que em virtude dos seus compromissos, só vai participar de alguns shows dessa reunião.
Muita coisa aconteceu em mais de duas décadas, mas fãs antigos – como eu – e mais novos, que nem estavam neste mundo quando o Viper se apresentou com sua formação clássica pela ultima vez, foram conferir. A proposta era tocar os dois primeiros álbuns na integra. A certeza era que o show teria bem mais de duas horas.
E com muita descontração e algumas mudanças na ordem exata das músicas em relação ao LP, tocam todo "Soldiers of Sunrise" na primeira parte da apresentação. Destaque para "Wings of the Evil" e "H.R.", na qual André perguntou aos presentes, se alguém sabia o significado dessa sigla, que dá nome à primeira composição da banda (para quem não sabe, o significado é Heavy Rock).
O clima de descontração, bem típico de shows em bares, transcorreu durante a noite toda. Fãs que estavam muito próximos ao palco, pediam algumas músicas, inclusive "Carry On" do Angra, mas André deixou bem claro que o que importava agora era o Viper. Algumas brincadeiras futebolísticas, interação com a platéia, coros de "olê, olê, olê, Viper"... e histórias do inicio do grupo. Muito legal. Mas o que realmente me chamou atenção foi o ótimo entrosamento dos músicos, apesar dos poucos ensaios e o tempão que não tocavam juntos.
Um breve intervalo foi programado antes da execução das músicas do "Theatre of Fate".
A banda saiu do palco e um vídeo de aproximadamente 15 minutos foi exibido no telão. Uma bela surpresa, com muitas imagens do final da década 80, dos primórdios do Viper, verdadeiros moleques na época. Depoimentos dos integrantes da formação clássica e de ex-integrantes também, contando um pouco sobre a banda. Além do famoso show no Colégio Rio Branco, mais conhecido como o show da tocha, que por pouco não terminou em um incêndio. Felizmente nada de grave aconteceu. Esse vídeo foi uma verdadeira viagem no tempo, que prendeu a atenção da platéia.
No meu caso foi saudosismo ao extremo, pois vivenciei muito bem aqueles dias, tornando essa noite para lá de especial.
Foto: Paulo Márcio |
Antes de "Moonlight", André lembra que se esqueceu de apresentar a banda no momento pré-combinado, e novamente num clima de muita descontração, convida a platéia para cantar novamente "Living For The Night", para que ele pudesse apresentar seus companheiros.
Para o bis, já por volta das 3h30 da madrugada, tocam a cover do Queen, "We Will Rock You", que era freqüente nas apresentações do Viper no final dos anos 80, seguida pela bela "Spreading Soul" e encerram com "Rebel Maniac" do álbum Evolution. Uma verdadeira maratona que exigiu fôlego e talento, recheada de músicas clássicas do Viper e que todos os presentes não irão esquecer tão cedo.
Também é importante dizer que antes do Viper se apresentar, duas bandas aqueceram a platéia. A estreante Demolition Inc., do ex-vocalista do Seventh Seal, Ricardo Peres, que fez um set curto mais competente e a banda do grande Mario Pastore, que como sempre esbanjou categoria. Sem duvida alguma, é um dos melhores vocalistas da atualidade no cenário nacional.
Foto: Paulo Márcio |
Depois desta apresentação que deu inicio a essa nova fase do Viper, me lembrei muito daquele show que assisti no Dama Xoc, também em uma noite fria de junho, anos atrás.
Como disse anteriormente, naquela época, eu tinha certeza que estava diante de uma banda que tinha tudo para ser uma das melhores do mundo dentro da sua proposta. Hoje os tempos são outros, mas espero que não aconteça nenhum imprevisto que interrompa novamente o caminho desta formação clássica do grupo.
Que o Viper possa continuar fazendo excelentes shows, conquistando novos fãs, e quem sabe gravar um novo álbum com músicas inéditas, pois o lançamento de um "Ao vivo" é uma promessa que deve virar realidade muito breve.
Setlist:
- "Soldiers of Sunrise":
1. Knights of Destruction
2. Nightmares
3. The Whipper
4. Wings of the Evil
5. H.R.
6. Soldiers of Sunrise
7. Signs of the Night
8. Killera (Princess of Hell)
9. Law of the Sword
- "Theatre of Fate":
1. Illusions
2. At Least a Chance
3. To Live Again
4. A Cry from the Edge
5. Living for the Night
6. Prelude to Oblivion
7. Theatre of Fate
8. Moonlight
Encore:
- We Will Rock You (Cover do Queen)
- Spreading Soul
- Rebel Maniac
Abraço
Paulo Márcio
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