segunda-feira, 21 de março de 2011

Imago Mortis - Transcendental

Eu não costumo escrever palavras de baixo calão nas minhas resenhas, mas agora é um ótimo momento para inserir uma, não é à toa que essa banda é uma referência quando se fala de Doom Metal no Brasil.

O CD é maravilhoso. Tem aquele ar sinistro, dos CDs antigos, mas tem algo mais, a banda está soando mais rápida, mais “violenta”, diferente dos CDs anteriores, que possuíam um clima mais soturno, mais carregado de melancolia, não quero dizer que este CD esteja alegre, mas está menos soturno. A recente reestruturação na banda pode ter tido uma pequena influência neste fato.

Devo confessar que quando soube que os irmãos Fabrício Lopes (guitarra) e Fábio Barreto (baixo), e Alex Guimarães (teclado) haviam saído da banda, cheguei a pensar que seria o fim de mais uma grande banda nacional. Ao ouvir pela primeira vez este CD percebi que devia desculpas a Alex Voorhees (voz) e André Delacroix (bateria) por duvidar da capacidade de ambos em encontrar músicos à altura dos que haviam saído e de compor músicas tão boas quanto as que eram compostas pelo time anterior. Então aqui estão as minhas desculpas (mais pública impossível).

Agora vamos ao que interessa que é a música. Uma grande característica do Imago Mortis é a coragem e a capacidade que tem de se re-inventar e ser bem sucedido naquilo que faz. Cada faixa que começa é uma grata surpresa para os ouvidos, músicas com refrões “pegajosos” que grudam no ouvido e não querem mais sair, riffs de guitarras poderosos, teclados melancólicos combinados com os vocais, ora rasgados, ora “chorosos”, fazem deste CD um verdadeiro esbanjo de talento e capacidade de composição.

Uma amostra da coragem desta banda é a música “sangue e dor”, cantada todinha em português. Aí você pode retrucar “mas é moda banda gravar na língua materna, todas fazem isso e jogam a música lá pro fim do CD”, pois é, aqui não acontece isso, ela é a 7ª faixa. E por sinal que faixa, recomendo a todos que prestem muita atenção na letra desta música.

A cada nova música que começa é uma massagem no seu ouvido que se inicia, e uma após a outra não deixam a peteca cair formando um excelente conjunto, enfim um CD de altíssimo nível.

Segue a sequencia do album: Hall of Souls, Across the Desert, Undrying Tears, Searching For a Touch of Divinity, Into the Void, Kali Yuga, Sangue e Dor, Sweet Lullaby, Sea of Uncertainty, Love Path, Transcendental, Bring Out Your Dead.

E aqui é a única ressalva que eu faço ao CD, está na hora de deixarem "Bring Out Your Dead" de fora do próximo álbum, mas mesmo assim este CD é Matador.

Divirtam-se
Mauro B. Fonseca

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