sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Setembro Negro Festival - AUTOPSY, GORGOROTH, KEEP OF KALESSIN, CAUTERIZATION

O já tradicional Festival organizado pela Tumba Recs. chega a sua décima edição. O cast até certo ponto foi eclético com os paulistas de Pres. Prudente do Cauterization e seu metal extremo; duas bandas da gélida Noruega: Keep of Kalessin com seu Metal Epic Extreme (esses rótulos cada vez ficam mais complexos, rs) e Gorgoroth, representante do mais puro Black Metal; e fechando a noite, o Autopsy com seu clássico Death Metal, que teve seu auge na primeira metade dos anos 90.

Quatro bandas não é pouca coisa não e todos nós sabemos como funcionam as coisas no Carioca Clube, o que obrigou a organização a começar os shows bem cedo.
 

Pontualmente as 16:30 – o horário previsto – o Cauterization entra no palco para um set de 30 minutos bem brutal e pesado. De longe o destaque da banda é Maysa Rodrigues (V/G) com seu vocal gutural e ‘palhetadas’ certeiras. Nesse estilo não tem meio termo, ou você gosta ou acha que esta tudo embolando. No meu caso, eu gosto, mas o som estava um pouco embolado. Não é nada fácil abrir um festival de musica extrema, e banda de abertura sofre em qualquer do mundo. Mas eles apesar desse problema, mandaram muito bem, além de terem sidos recebidos pelo público que estava entrando na casa com entusiasmo. Destaque para a versão “Night’s Blood”, do grande Dissection, mas é preciso registrar que as composições próprias apresentadas foram muito interessantes também. Boa sorte para eles. 

Pequeno intervalo e o Keep of Kalessin invade o palco e posso dizer que fiquei surpreso. Confesso que conhecia muito pouco dessa banda, mas quando foram confirmados, corri atrás para não assistir no escuro. Não esperava muita coisa após ouvir boa parte do material deles, mas no show a conversa foi outra.
 

Energia, presença de palco, e carisma que sobraram, principalmente, por parte do vocalista Thebon e do baixista super gente boa, Wizziac. Ao vivo as musicas funcionam muito bem, tocaram por mais ou menos uma hora. Mas um set um pouco mais curto seria perfeito, pois nem todos os presentes conheciam bem o repertório deles e no final uma parte estava dispersa. Porém, o saldo foi altamente positivo.Novo intervalo e não demorou muito para os ‘demônios’ do Gorgoroth entrarem em cena. Nenhuma produção de palco, apenas um pano com o logo da banda ao fundo. Se você já viu algum vídeo deles, certamente ficaria decepcionado. Nada de pessoas nas cruzes, nada de cabeças de bode, nada de cercas de estacas... “apenas” a banda, suas maquiagens e som... MUITO som.
 
Esse “apenas” foi o suficiente para ser um dos melhores shows da noite. Havia fãs preocupados a respeito de como Hoest iria substituir o antigo vocalista, Pest, que pouco antes do grupo embarcar pra America do Sul, levou uma bela justa causa por, digamos, “não estar muito a fim de vir aqui nos visitar”. Mas parecia que Hoest estava no Gorgoroth a anos, e não houve problema algum nesse aspecto. Bem pelo contrario.

O setlist contou com varias musicas bem conhecidas da discografia deles, sendo todas muito bem executadas. Precisão foi uma marca, e o brazuca da banda, Fábio Zperandio, ex-Ophiolatry, mandou muito bem na guitarra, alternando bases bem pesadas e solos com o dono do Gorgoroth, Infernus.

Em sua característica habitual, Infernus se manteve concentrado nos seus rifes, sem sair do seu lado do palco, coisa que não fez diferença alguma. Ele é muito técnico e chama atenção mesmo sem ficar se movimentando pra todo lado. Porém o volume de sua guitarra poderia estar um pouco mais alto, visto que é ele quem comanda todas as passagens e mudanças rítmicas.
 
Como disse a pouco, não tivemos “aquela” produção de palco, mas musicalmente foi um grande show.

Eu na condição de fã do grande Death Metal dos anos 90, estava bem ansioso pelo próximo show. Afinal, é um estilo que marcou época com nomes como Entombed, Morbid Angel e Benediction.

E não me decepcionei. Pouco mais de trinta minutos após a ótima apresentação do Gorgoroth, o furacão Autopsy – um digno represente da safra mais pesada e técnica dentro do estilo - entra com tudo ao som de “Charred Remains”, um verdadeiro tijolo. Chris Reifert destrói sua batera e grita como um insano nos vocais, enquanto Danny Coralles e Eric Cutler castigavam suas guitarras numa velocidade brutal. E nada de desmerecer Joe Trevisano e sua cadencia rápida no baixo. É isso, banda ‘velha’ é outro papo, os caras sabem o que fazem, tem repertorio de sobra e tocam pra caramba. Não tem espaço para erros.
 

Destaque absoluto para Cris – afinal um batera que participou do clássico álbum “Scream Bloody Gore” do DEATH, merece todo o respeito do mundo. O moço tem a mão muito pesada. Encerraram a noite - e o Festival - tocando a paulada “Critical Madness” e com o público pra lá de satisfeito.

Deixo os parabéns pro pessoal da Tumba Recs. pelo ótimo evento, bem organizado, dentro dos horários previstos e com bandas de qualidade e que nitidamente, estavam curtindo estar lá também. Respeito ao fã de Metal extremo é isso.
Até a décima primeira edição no ano que vem.

Setlists:

Cauterization:

Males Infestus
Belial’s Cataclism
Night’s Blood (cover Dissection)
Nasu
Infernal Battlefield

Keep of Kalessin:

Kolossus
Judgement
Against the Gods
Warmonger
Dragon Iconography
Dark as Moonless Night
Armada, The Awaking
The Devine Land
The Wealth of Darkness
Ascendant

Gorgoroth:

Bergtrollets Hevn
Aneuthanasia
Prayer
Katharinas bortgang
Revelation of doom
Forces of satan
The rite of infernal invocation
Odeleggelse og/Blood stains circle
Destroyer/Incipit satan
Krig, profetens apenbaring
Unchain my heart

Autopsy:

Charred Remains
In the Grip of Winter
Severed Survival
Pagan Savior
Embalmed, Dead
Voices, Slaughterday
Seeds Of The Doomed
Mauled to death
Gasping for Air
Ridden with Disease
Twisted Mass of Burnt Decay
Critical Madness


Abraço
Paulo Márcio

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