domingo, 1 de janeiro de 2017

Metallica - Hardwired... to Self-Destruct (2016)

Primeiro álbum do Metallica lançado pela própria gravadora, a Blackened Recordings, deve ser por isso que só “vazou” seis dias antes do lançamento oficial. Um feito para uma banda desse porte. Lançaram 3 músicas para dar aquele gostinho no público, algumas semanas antes do lançamento do CD, as três entraram nas paradas americanas, feito alcançado apenas em 2008, por eles mesmos.

A banda gravou vídeos para todas as 12 faixas da versão dupla do CD, e faltando dois dias para o lançamento do CD, a cada duas horas um dos vídeos era colocado no canal da banda no youtube, 18 horas de lançamentos de vídeos, das 3 da tarde no Brasil até às 9 da manhã do dia seguinte. No dia do lançamento oficial gravaram e transmitiram ao vivo, pelo canal da banda no youtube, o show para o mundo todo, gratuitamente.

Tudo isso aconteceu ANTES do lançamento do CD, e a expectativa para ouvir o álbum inteiro era grande, afinal de contas faziam 8 anos desde o lançamento de “Death Magnetic” e eu não ouvia nada interessante do Metallica desde 1991, quando do lançamento do “Black Album” (o nome do play é Metallica, mas ficou conhecido popularmente como “álbum preto”).

Antes mesmo de escutar o álbum, já havia lido algumas resenhas pela internet em sites de Metal, o prognóstico era esperançoso, as músicas lançadas provocaram essa esperança. Falavam bem do álbum, alguns até se empolgavam em excesso, mas é Metallica, porra! A banda desperta esse sentimento nos fãs.

Vazou o play, eu escutei, escutei, escutei, escutei, por quase uma semana eu escutei o álbum em todas as ocasiões que eu pude. Depois de tanto escutar cheguei às seguintes conclusões.

Primeiro, não é um álbum de “retorno do Metallica”, o Metallica sempre esteve aí, os álbuns “Load”, “Reload”, “St. Anger” e “Death Magnetic”, apesar de eu acha-los ruins, são parte do que é o Metallica (retirei da lista o “Garage Inc.”, pois é basicamente um álbum só de covers), então não retornaram de nada, não é como se tivessem ficado sem gravar nada desde 1991, e isso transparece nas músicas deste álbum, tem passagens que lembram músicas dos álbuns citados acima.

Segundo, é o primeiro álbum da banda que me causa vontade de cantar algumas das músicas, com letras no mínimo legais (meu ponto de vista, OK!), e que tem aquela “pegada Metallica”, então aumento o volume e rasgo a garganta cantando algumas faixas.

Terceiro, tem SOLOS nas músicas. Não são os solos mais espetaculares da história da música, nem da banda, mas são solos! Isso é uma maravilha!

Quarto, tem aspectos Thrash Metal em algumas faixas, apesar de não ser puro Thrash, a referência está lá. Era de se esperar que o amadurecimento (envelhecimento deve ser o termo mais preciso) dos integrantes e o incremento das capacidades e habilidades destes em seus respectivos instrumentos, os levassem a colocar outros elementos nas músicas.

Quinto, todos os “haters” de plantão que ficam enchendo o saco, dizendo que o Lars não toca nada, deveriam calar a boca e escutar o som de bateria deste álbum. Não imagino o Metallica com outro baterista. E me admira um baterista “ruim” estar na “estrada” há mais de 30 anos, enquanto você que fala mal de todo músico, continua tocando para o espelho, trancado no seu quarto, enquanto os vizinhos te xingam de todos os palavrões existentes e sua mãe amaldiçoa o dia em que te comprou o instrumento. Não consigo entender isso!

Para finalizar eu diria que este é um álbum honesto, é Metallica, mas não é e nem nunca mais será o mesmo Metallica dos anos 80 e 90. Este álbum tem altos e baixos, como todo álbum das bandas atuais. Cada um de nós verá quais são os altos e quais são os baixos de acordo com nossa referência única do que o Metallica representa para cada um. O meu Metallica ainda não soa como eu gostaria! E talvez nunca mais soe! É o mais provável! Mas não dá para dizer que o álbum é ruim, isso não dá mesmo! Eu devo dizer que se você abrir a mente e escutar o álbum, vai curtir algumas faixas e se decepcionar com outras, mas não é o que acontece atualmente com todas as bandas que você tem ouvido? Sei que não deveria acontecer com Metallica, mas...

A edição de luxo que tem 3 CDs traz a regravação de uma faixa do St. Anger, um medley em homenagem ao Dio, um cover do Deep Purple e um cover do Iron Maiden. Traz também o show que eles fizeram no dia do Vinil, em uma loja de discos nos Estados Unidos o “Live at Rasputin Music”. Foi um show bem legal, e o registro está em ótima qualidade, além de o set list ser composto basicamente pelos clássicos da banda (mesmo que alguns deles sejam covers), caso tenha uns “trocados” a mais, vale a pena adquirir esta versão. A última faixa do terceiro CD é a versão ao vivo da música que abre e nomeia o álbum, “Hardwired”.

Segue a relação de faixas da edição de luxo com 3 CDs:

Disco 1
1. Hardwired
2. Atlas, Rise!
3. Now That We're Dead
4. Moth into Flame
5. Dream No More
6. Halo on Fire

Disco 2
1. Confusion
2. ManUNkind
3. Here Comes Revenge
4. Am I Savage?
5. Murder One
6. Spit Out the Bone

Disco 3
1. Lords of Summer (2016 version)
2. Ronnie Rising Medley (Rainbow cover)
3. When a Blind Man Cries (Deep Purple cover)
4. Remember Tomorrow (Iron Maiden cover)
5. Helpless (Live at Rasputin Music)
6. Hit the Lights (Live at Rasputin Music)
7. The Four Horsemen (Live at Rasputin Music)
8. Ride the Lightning (Live at Rasputin Music)
9. Fade to Black (Live at Rasputin Music)
10. Jump in the Fire (Live at Rasputin Music)
11. For Whom the Bell Tolls (Live at Rasputin Music)
12. Creeping Death (Live at Rasputin Music)
13. Metal Militia (Live at Rasputin Music)
14. Hardwired (Live in Minneapolis)

Assista aos vídeos oficiais lançados para o disco:

Divirta-se!
Mauro B. Fonseca

2 comentários:

  1. Ótima resenha! Hardwired... merece todo respeito e ser escutado com gana!

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    1. Valeu Maxwell Costa pelo seu comentário e por ter dispendido um pouco do seu tempo para ler a resenha... Valeu.

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