segunda-feira, 23 de abril de 2012

M.O.A.: Metal Open Air ou Muita Orelhada Aconteceu? O que fizeram com o nosso Heavy Metal?

Não poderíamos deixar de nos pronunciar sobre o que aconteceu, ou melhor, não aconteceu no Metal Open Air; e é com grande pesar que fazemos isso.
 
Quando anunciaram, no ano passado, que haveria um festival do porte de um Wacken Open Air (festival que ocorre anualmente na Alemanha, nos últimos 22 anos), ficamos muito felizes pelo simples fato de que este festival poderia colocar o Brasil na rota dos grandes shows, mostrando para o mundo que no Brasil também é possível se fazer eventos de grande porte e com qualidade. Infelizmente devido aos nossos trabalhos não cogitamos a possibilidade de irmos até São Luis - MA, mas ficamos na torcida pelo sucesso, principalmente porque a produção do evento estava nas mãos de uma produtora que vinha em franco crescimento, a Negri Concerts.
 
Infelizmente o que vimos foi justamente o contrário daquilo que sonhamos e torcemos, foi um desastre Homérico de proporções internacionais.
 
Todos já devem ter lido inúmeros comentários, publicações, mensagens e postagens de redes sociais, declarações das bandas e pessoas envolvidas e até mesmo publicações da grande mídia, portanto esta publicação não será nenhuma novidade, apenas um desabafo de dois quarentões apaixonados por Heavy Metal.
 
Assim sendo, não esperem ler nada de cunho jornalístico, em que a imparcialidade impera. Aqui, neste momento, impera a paixão pelo Heavy Metal, o desejo por um cenário mais coeso, profissional, sincero e sem hipocrisias.
 
Iniciamos dizendo que lamentamos muito que este fato tenha ocorrido, de verdade!
 
Lamentamos principalmente por ver o nome do Brasil jogado ainda mais na merda (já não bastava a política, o judiciário, e todo o cenário do Brasil?), desta feita por produtores no mínimo irresponsáveis (para não utilizarmos todos os termos ou linhas de pensamento que já consideramos)!
 
Por que irresponsáveis? Justifico! A Negri Concerts e a Lamparina Produções, não são empresas amadoras, estão no mercado há anos e já trabalharam com shows anteriormente, por exemplo: Saxon, Blind Guardian, W.A.S.P., Therion, Gamma Ray, Grave Digger, UDO, Accept, Scorpions, Primal Fear, entre outras bandas. Portanto, conhecem bem a lógica e logística para realização destes eventos, sabem que as bandas são empresas subcontratadas, portanto precisam de condições para que realizem e desempenhem sua tarefa, dentre elas: vistos de trabalho (para as bandas internacionais), reserva de passagens de ida e volta, reserva de estadia, alimentação, cachês, etc. Afinal, se a produtora precisa de condições mínimas para ganhar, as bandas também precisam. A mesma lógica vale para todos os subcontratados (som, iluminação, segurança, etc.)
 
A brincadeira e irresponsabilidade destas produtoras prejudicou e humilhou diversas bandas nacionais "pequenas", que vislumbravam no MOA uma oportunidade de realizar seus sonhos de viver de música. Prejudicou bandas nacionais grandes, que investem pesado para continuar trabalhando, o Hangar, por exemplo. Aqui abro um parêntese. Parabéns Aquiles por não ter medo de mostrar o profissional que você e o Hangar são.  E aqui falamos com conhecimento, porque conhecemos a banda em um show pequeno em Bebedouro, que corrobora com tudo que o Aquiles falou. Os caras vão em seu ônibus, levam seus profissionais, seus equipamentos e fazem um baita show, em um clubezinho com o mesmo tesão de estarem em um estádio lotado!
 
Se estas produtoras de merda, tivessem trabalhado de verdade, teriam visto que as parcerias (aliás, tinham parcerias?) e a venda de ingressos não era suficiente para arcar com tudo que programaram. Será que programaram? Se tivessem feito a lição de casa, teriam feito cortes com antecedência, afinal de contas uma empresa não caga dinheiro, assim como dinheiro não cai do céu. Algum maldito FDP, de uma das duas produtoras, sabia que o que deveria ter sido feito, não estava sendo feito. É impossível que só no dia do evento se deram conta de que não haviam reservas de voos, de hotéis, que os cachês não haviam sido pagos, etc.
 
Para aumentar ainda mais nossa revolta, a maldita mídia que NUNCA deu o devido respeito ao Heavy Metal começou a noticiar o fato, e em algumas delas a pessoa ou grupo que escreveu a matéria nem assina a reportagem. Não somos contra a imprensa livre, nem nada do tipo, mas a pergunta que nos vêm à cabeça é: Por que sempre noticiam as coisas que dão errado, com relação ao Heavy Metal? De quem é o interesse que o Heavy Metal tenha sua imagem denegrida para pela população em geral?
 
Graças a essa "grande mídia" (de merda) que repentinamente achou interessante o assunto Heavy Metal, o Brasil ficou realmente em evidência, mas no pior sentido possível; vamos sentar e aguardar para ver se estes mesmos veículos de informação se prontificarão a noticiar os atrasos e superfaturamentos das obras da copa do Brasil.
 
Teorias da conspiração a parte, vamos para outra situação que nos deixou com grande sentimento de pesar (coloco pesar, pois é como se nosso amado Heavy Metal tivesse realmente falecido, tamanho sentimento de desilusão causado), foi o fato de termos lido nas redes sociais, blogs, twitter entre outros, o fato de que bandas que tocam e vivem para tocar esse estilo de música, produtores de shows de Heavy Metal, colaboradores de sites especializados em Heavy Metal e fãs (pessoas que se dizem amantes do estilo) quase festejando a desgraça do Metal Open Air. Como assim festejando uma desgraça dessas? Estão festejando porque queriam fazer o festival e não puderam? Não deveriam estar tristes por ver notícias tão tristes, uma atrás da outra, do estilo musical que dizem que gostam?
 
O que nos irrita ainda mais é a hipocrisia do Edu Falaschi. Cara, pelo Amor de Deus, some da face da terra ou cala a boca! Uma hora você manda todo mundo chupar p*u porque não teve o público que gostaria que tivesse em seu show, dizendo que ninguém apoia o Heavy Metal Nacional. Depois de um tempo, porque teve todas as condições contratuais cumpridas e teve uma plateia bacana, elogia o bando de calhordas e irresponsáveis que lesaram mais de 20 bandas, entre nacionais e internacionais, e milhares de fãs de todo o Brasil e do Exterior. Quem chupa p*u de quem? É assim que se apoia a cena Heavy Metal?
 
Kiko Loureiro e Rafael Bittencourt, a impressão que temos é que o Edu Falaschi está levando uma imagem muito ruim para uma grande banda nacional. Além do que o Rafael canta muito mais do que ele.

Parabéns ao Korzus, pela coerência (não podia esperar nada diferente de vocês: Pompeu, Dick e Heros) nas ações e atitudes, pois somos fãs e os acompanhamos desde 1985. Realizaram o show, cumprindo sua parte do contrato, mas declararam e explicitaram para todo o público a insatisfação, o caos e a desorganização da produção.

Para o restante da sociedade deixamos um pensamento final: Imaginem se isso fosse um evento de funk, axé, forró, samba, pop, etc.? O que teria acontecido com os organizadores, com a polícia local, com as pessoas envolvidas e com a cidade?
 
E nós é que somos sempre chamados de violentos, encrenqueiros, bêbados, drogados, sem respeito às leis, arrogantes... Estamos saindo calma e tranquilamente de uma situação propícia para ocorrerem todos os adjetivos acima, para buscarmos alternativas legais para a nossa insatisfação.

Abraço
Muito Obrigado
Equipe True Metal Brazil
 
PS: Íamos colocar no corpo da postagem alguns links para matérias sobre o que ocorreu no evento, mas percebemos que só estaríamos dando audiência para as mídias de merda que nunca quiseram ter nada a ver com o Heavy Metal, portanto abandonamos a ideia.

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