quinta-feira, 24 de maio de 2012

Edu Falaschi e a saída do Angra

Hoje, 24 de maio, enquanto estava no Twitter, eis que surge um tweet da MS Metal Press por volta das 3:15hrs da manhã, com as seguintes palavras: Carta aberta de Edu Falaschi sobre sua saída do Angra.

Surpresa ? Nenhuma! Isso já era algo previsível!

A parada da banda por tempo indeterminado e todos os membros envolvidos em projetos paralelos indicava que isso acabaria acontecendo.

Edu gravou 2 grandes álbuns com a banda: “Rebirth” e “Temple Of Shadows” (este último considerado por muitos como o melhor álbum da banda). Porém nunca foi unanimidade entre os fãs da banda, pelo contrário, sempre esteve muito longe disso. Nas turnês dos álbuns citados acima, a voz do cantor estava muito forçada para atingir notas altas demais fazendo com que o mesmo desafinasse muito. Inclusive na tour do “Temple Of Shadows” ele alegou problemas em sua voz.

Nas turnês seguintes, o vocalista adaptou as músicas do Angra para seu timbre de voz tendo uma performance muito melhor!

Há de ser dito também, que desde “Temple Of Shadows” o Angra vem numa decadência considerável. Para uma banda que lançou ótimos álbuns desde seu surgimento com "Angels Cry", álbuns como “Aurora Consurgens” e o pífio “Aqua” deixaram muito à desejar!

Edu criou seu projeto paralelo Almah, e acabou encontrando seu caminho. Cantando em alto nível, tendo liberdade nas criações, com certeza sentiu-se mais à vontade. O timbre de sua soa diferente. Mostra um Edu cantando mais grave, mais agressivo, talvez como ele realmente goste de cantar, tendo uma sonoridade muito diferente da feita pelo Angra, mas que agradou bastante!

Certamente essa saída do Angra será um divisor tanto na carreira de Edu, quanto para o Angra, mas essa não parece ter sido uma saída amigável.

Felipe Andreoli também anunciou sua saída do Almah, isso sim, causando algum espanto. No
Facebook, Kiko Loureiro deu apoio ao anúncio de Andreoli. Pelo visto os membros do Angra não vinham se entendendo. Quem sabe, desde que Aquiles saiu da banda, onde houve toda aquela confusão envolvendo diretamente Rafael Bittencourt, líder da banda junto com Kiko.

Talvez não só esses episódios, mas também outros como o descontentamento de Edu no evento Dia do Metal Nacional, tenham queimado o filme do cara com o resto da banda!

Agora, que comecem as apostas! Quem será o novo (ou velho, apesar de não acreditar numa volta de André Matos) vocalista do Angra? Quem será o novo baixista do Almah ?

Eu não apostaria numa volta de André Matos para o Angra, à não ser por uma grana muito grande, pois André está envolvido na reunião do Viper e na gravação de seu terceiro álbum solo.

Para baixista do Almah, por razões óbvias, poderia apostar em Tito Falaschi, mas não creio que sería uma substituição definitiva.

Bom, nos resta aguardar o desenrolar dessa história toda! Certo é que caso o Angra volte a ativa e traga um novo vocalista, com certeza veremos as famosas comparações por todas as redes sociais!



Um abraço,
Victor Hugo Mesquita


Seguem abaixo os comunicados de Edu Falaschi e Felipe Andreoli:


"Caros amigos, fãs e parceiros,


Há alguns momentos na vida de um homem que é necessário tomar algumas decisões radicais para seguir em frente. Vivo um momento muito feliz, onde hoje, aos 40 anos de idade, me sinto pleno e altamente satisfeito por ter conseguido realizar praticamente todos os meus sonhos pessoais e profissionais.


Tenho uma família linda, muitos amigos e fãs maravilhosos que me acompanham nesses mais de 20 anos de carreira, com mais de 15 álbuns gravados, diversas turnês mundiais e milhares de cópias vendidas no mundo todo. Sou uma pessoa afortunada por ter conseguido chegar tão longe fazendo Heavy Metal no Brasil e desbravando o planeta fazendo a música que mais amo.


Venho pensando, já algum tempo, sobre os caminhos que devo seguir e finalmente cheguei a conclusão que é chegada a hora de tomar, o que talvez seja, a decisão mais difícil da minha vida.


É com um misto de alívio, paz e tristeza que venho declarar que a partir de hoje não sou mais a voz do ANGRA. Estou saindo da banda, já com muitas saudades de tudo o que construímos juntos, principalmente dos tempos alegres de 'Rebirth' e 'Temple of Shadows'. Jamais esquecerei tudo o que vivemos, desde os bons até os maus momentos, afinal, sempre devemos ver o lado bom das coisas, sobretudo nas dificuldades.


Todos nós sabemos que nada é eterno e que as separações, uma hora ou outra, acontecem. Vivemos juntos por uma década, e isso é uma vida. Tivemos nosso momento, fizemos história, uma fase linda e inesquecível da qual serei eternamente grato por esses 10 anos de muitas vitórias e por todas as oportunidades que me foram dadas! Desejo-lhes sorte nos caminhos que decidirem trilhar. Tenho e sempre terei muito orgulho da nossa história! Enfim, minha vida é a música e a música é meu alimento do espírito.


Tenho muitos planos e projetos para o futuro, e em breve todos saberão! Alguns deles já estão bem consolidados, crescendo a cada dia, fortes e gerando ótimos frutos que demandam e merecem a minha inteira dedicação. Sendo assim, precisarão da dedicação de outros envolvidos e, por razões óbvias de logística, ocorrerão algumas mudanças naturais nos meus trabalhos fora do ANGRA, como a saída do Felipe Andreoli do Almah, que se dedicará somente ao ANGRA e seus outros projetos.


Quanto ao Felipe, todos nós do ALMAh sentiremos muitas saudades e seremos eternamente gratos por sua essencial contribuição com nossa história, que continua firme e em frente.


Com essas grandes mudanças de ciclo e de renovação de energias, eu sigo para construir um futuro de paz e harmonia, com os meus ideais e minha carreira como cantor, compositor e produtor ao lado dos meus fãs e amigos. Sempre primando pela amizade, humildade, união e igualdade!


Muito obrigado a todos!
Para um coração limpo nada é impossível!
Com carinho..."
Edu Falaschi


“Hoje é dia de tomar uma decisão muito difícil, uma das mais difíceis da minha carreira: estou deixando o Almah. Pra dar uma perspectiva, vou contar uma historinha bem resumida: entrei na banda em 2007, um tempo em que havia muita incerteza sobre o futuro do Angra. Edu, Aquiles, Fábio e eu nos juntamos na suposta certeza de que queríamos seguir juntos. Na época o Edu já havia gravado um primeiro disco do Almah, e abriu as portas para que nós entrássemos e fizéssemos parte do que então era apenas um projeto. Muita água rolou, e logo ficou claro que não havia um acordo com Aquiles e Fábio em relação aos planos para o futuro, e a banda mudou de formação, com a entrada de Marcelo Barbosa, Marcelo Moreira e Paulo Schroeber. Com essa formação fizemos dois discos que eu simplesmente adoro, rodamos diversas cidades do Brasil, fomos ao Japão divulgar o trabalho, e sempre fizemos tudo com as nossas próprias mãos, desde a parte musical até a parte burocrática e financeira. O projeto já não era mais apenas isso, mas uma banda propriamente dita. Mesmo as dificuldades impostas pela distância física entre nós foram sempre superadas em nome do bem maior, que era o Almah. Assim foi, e é, até hoje.

Eu comecei a tocar com o Edu em 2001, quando entrei no Angra. Conquistamos coisas fantásticas, conhecemos o mundo juntos, passamos pelas melhores e piores coisas que se possa imaginar juntos. Uma grande amizade floresceu, e com ela uma união, uma sintonia. Com o passar dos anos, essa amizade sobreviveu às mais diversas situações, mas como toda relação, sofreu um desgaste inevitável. Os fatos não vêm ao caso agora. Hoje são 11 anos tocando juntos, construindo uma história da qual tenho muito orgulho, mas essa história tem um fim, pelo menos nesse momento. É hora de cada um de nós seguir trabalhando da maneira que julga ser a mais correta, o que nos coloca fatalmente em caminhos separados. O Almah nasceu do Edu, é seu filho e, em minha opinião, sua maior criação. Tenho certeza de que contribuí muito para que a banda crescesse e se desenvolvesse, e empenhei demais pra isso. Mas a minha filosofia de trabalho e vida hoje já não permitem mais que eu continue.

O legado do Almah na minha vida vai ser sempre a amizade, o clima bom, e a música fantástica que fizemos. E é justamente por querer preservar essas boas memórias que sinto que é hora de ir. Aos meus amigos, toda a sorte do mundo! Tenham certeza de que podem contar sempre comigo.

No mesmo momento vem à tona a saída do Edu do Angra. Muito aconteceu nos últimos anos, e especialmente nos últimos meses, culminando no dia de hoje. É um dia muito triste, de mudanças profundas em nossas carreiras, mas ao mesmo tempo é o início de uma necessária e bem-vinda renovação. A vida acontece em ciclos, e creio ser um erro se ater ao passado e impedir que novos rumos sejam trilhados. A música enquanto arte depende muito de paixão, de uma dedicação quase doentia, e de um bom clima para ser criada. Sendo assim, faz todo sentido que, quando isso não aconteça mais, talvez seja hora de parar e buscar caminhos diferentes, mesmo que naquele momento tudo pareça nebuloso, incerto. Para um grande talento sempre vai existir um caminho. Obrigado, Edu, pelos anos que passamos juntos!

No momento tudo o que quero é seguir com o Angra e os demais projetos de que participo, dando aulas, produzindo discos, e nunca deixando de fazer música.”

Felipe Andreoli.

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