quarta-feira, 2 de maio de 2012

ANNIHILATOR – Carioca Club, 24 de abril de 2012.

Annihilator. Foto: Paulo Márcio.
Certas bandas fazem parte de um grupo especial. Elas não são conhecidas pelo público comum que escuta sua radio rock diariamente. Mas nem por isso deixam de possuir seus seguidores, aqueles que acompanham ano a ano, álbum após álbum. E quando uma dessas bandas vem (quase duas décadas após ter iniciado sua carreira) ao nosso país, a expectativa ultrapassa qualquer palavra. É questão apenas de saber quando e onde vai ser o show. Os fãs estarão lá.

Antes de falar da apresentação dessa banda que é uma das minhas favoritas dentro do Thrash, é preciso registrar que não foi uma passagem tranqüila que Jeff Waters e sua turma encontraram por aqui. Infelizmente o ANNIHILATOR esteve presente no capitulo mais negro do metal nacional em todos os tempos. O "inesquecivel" Metal Open Air em São Luiz, Maranhão. A banda iria tocar no ultimo dia, e todos sabem dos problemas, cancelamentos e VERGONHA que foi tudo o que se refere ao tal festival. Como isso já foi para lá de comentado, paramos por aqui.

O primeiro show do ANNIHILATOR ficou mesmo para a capital paulista, meio de semana, muita concorrência com outros shows em datas próximas, preços altos dos ingressos, etc. São esses os motivos sempre citados para se avaliar se um público foi bom ou não em um evento atualmente. E todos validos, mas para esse em particular, um fator a mais foi colocado em pauta: a empresa produtora do show, era uma das sócias (portanto responsável) do fracassado festival já citado. O que provocou dúvidas, incertezas e preocupações.
 
Jeff sendo "engolido" pela galera da fila. Foto: Paulo Márcio.

Mas vamos ao que interessa. A casa abriu as portas por volta das 20 horas, mas a primeira surpresa já havia acontecido. Jeff fez questão de sair e encontrar os fãs na fila, que puderam tirar fotos, pegar autógrafos. Muito legal.

A banda americana da vocalista Otep Shamaya abriu a noite pouco depois das 21 horas para um bom numero de fãs que foi exclusivamente para assisti-la. Entende-se, pois não há nenhuma semelhança entre o OTEP e o ANNIHILATOR. Com o som na linha do Nu-metal do inicio da década passada, guitarras distorcidas, vocais guturais e certas vezes beirando o rap, o OTEP fez um set de 50 minutos – curto demais pra quem gosta, uma eternidade pra quem não suporta.

OTEP. Foto: Paulo Márcio.
 Dentro da sua proposta, foi um show OK, apesar do som da casa estar ruim. Após sua apresentação, eles foram para um reservado localizado na própria pista do Carioca, onde estavam comercializando camisetas e CD’s, e atenderam aos fãs. Boa atitude, que poderia ser seguida por outras bandas.

Pouco depois das 22h30 o ANNIHILATOR tomou o palco com a pesada “Ambush” seguida da já clássica “King of the Kill”. Começava do jeito que se esperava muito peso, músicos entrosados, presença de palco e o fãs cantando alto.

O ANNIHILATOR atual é muito diferente visualmente daquele do final dos anos 80 começo dos 90. Muita gente ainda tem as imagens ‘clipadas’(Sic) de Randy Rampage ou Aaron Randall em suas lembranças, que traz recordações da época em que a banda possuía o padrão de ótimos ‘frontmen’ como um quinteto.

Mas mesmo como um quarteto - Dave Padden faz a maioria dos vocais e se garante bem na guitarra há quase 10 anos – o poder sonoro da banda compensa essa nostalgia. Até porque podemos definir o ANNIHILATOR em apenas um musico: Jeff Waters e sua Flying V vermelha. Sim, um dos principais guitarristas da historia do Thrash, deu um show a parte com seus solos ora trabalhados, ora rápidos... muita técnica e carisma. O cara é um monstro.

Foto: Paulo Márcio.
O público que a essa altura tinha melhorado, pode presenciar uma apresentação com garra, segura e pesada, muito pesada. “Clown Parade”, ”Set the World on Fire”, a maravilhosa “W.T.Y.D.”, e “Stonewall” mantiveram o público participativo, cantando os refrões. Muitos pediram varias vezes por “Never, Neverland” que ficou fora do setlist. Pena, na minha opinião, o único senão da noite.

Já caminhando para a parte final “21” e “I Am in Command” foram muito bem recebidas. Claro que para encerrar com chave de Metal, a música que todos esperavam: “Alison Hell”, o clássico definitivo dessa banda do Canadá, com público e músicos visivelmente emocionados ao final. Promessas de um retorno em breve, e conto com isso. E que da próxima vez, pouco se comente sobre problemas extra-palco e sim apenas se pautar na apresentação do grupo.

No final das contas, outro grande nome da historia do heavy metal nos visitou, mostrou estar em grande fase - último lançamento foi o ‘self-titled’ ANNIHILATOR de 2010. Esperemos um novo álbum e uma nova tour para o futuro. De preferência com nosso país devidamente agendado. O fãs agradecerão.

Foto: Paulo Márcio.
 Setlist:

Ambush
King of the Kill
Betrayed
Clown Parade
Ultra-Motion
Set the World on Fire
W.T.Y.D.
Burns Like a Buzzsaw Blade
Phantasmagoria
Stonewall
21
I Am in Command
The Trend
The Fun Palace
Encore:
Shallow Grave
Alison Hell

Abraço
Paulo Márcio

Nenhum comentário:

Postar um comentário