quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Imago Mortis - Vida: The Play of Change


Antes de começar a resenha sobre este álbum, gostaria de agradecer a um amigo por ter me “obrigado” a escutar novamente o CD para resenhá-lo para vocês. Claro que vez ou outra escutava uma música aqui e outra ali, mas para tecer comentários sobre um CD, DVD, livro ou qualquer outra coisa, é necessário “mergulhar” no trabalho e perceber os mínimos detalhes que, neste caso, inclui relembrar pequenos pedaços da minha própria vida, portanto o meu OBRIGADO amigão.

"Vida", nome interessante para o segundo CD de uma banda. Pode-se dizer que este CD consolidou o nome “Imago Mortis” no cenário do Metal nacional, e se você não sabe o por quê?, eu explico, o álbum é conceitual, então se você baixou ele da internet, perdeu uma parte do trabalho, que está justamente no encarte. A começar pelo modo de agradecer as pessoas que ajudaram a banda, um encarte a parte, com uma foto de um dos olhos da pessoa a ser agradecida.

Para começar, a banda passa por uma reformulação em sua formação, o vocalista Fernando Siebert é substituído por Alex Voorhees, dando mais peso às músicas da banda, o baterista Flavio Duarte deixa a banda e é substituído por André Delacroix.

Com sangue novo, os irmãos "Imagões" Fabio e Fabricio Barreto, trabalham firme para compor, dando "Vida" a este trabalho Matador, mas a reformulação trás grandes contribuições do vocalista Alex Voorhees e do tecladista Alex Guimarães (será que é um dom de “Alex?), que também compõem ou participam das composições, o que só acrescentou pontos altos ao álbum.

Para continuar a resenha é necessário explicar algumas coisas sobre a história do CD. Este álbum conta a história de uma pessoa que descobre estar sofrendo de “VIDA”, uma doença terminal e incurável. O ouvinte é convidado, ao longo das doze faixas que compõem o álbum, a vivenciar o encontro desta pessoa com a morte. VIDA foi baseado em estudos e depoimentos realizados com doentes terminais, bem como em diversos trabalhos filosóficos e artísticos sobre o tema (retirado de Die Hard).

Dito isso vamos às músicas, o CD trás a marca registrada da banda, o som soturno, triste e melancólico, com passagens pesadas contrabalanceando perfeitamente cada parte. Novamente as composições dos "Imagões" são de tirar o chapéu, nos levando a um outro patamar de angústia e depois de esperança. Se você não entendeu, releia o parágrafo anterior que fala sobre a história do CD ou o que seria melhor para entender, escute o CD de cabo a rabo.

As fases pela qual uma pessoa, que descobre estar com uma doença terminal, passa estão perfeitamente compostas nas músicas do CD, ao ouvir você reconhecerá todas elas. A banda está em perfeita sincronia e alcançou um estágio de evolução muito grande para compor e gravar esse CD e é possível perceber a grande maturidade dos músicos.

As letras formam uma história narrada por “ME” que é personagem com a doença, e no encarte algumas passagens explicam os momentos da música, tornando mais palpável o que está acontecendo com o personagem (não falei que uma parte do trabalho está justamente no encarte?).

Este é o “jeito” Imago Mortis de fazer as coisas, nunca iguais, nunca como todos os outros, nunca simples, nunca satisfeitos com o que existe e sempre procurando fazer com que o ouvinte se envolva cada vez mais nas músicas deles.

Não gosto de citar minhas músicas preferidas de cada CD, mas vejo que muitas vezes eu sou obrigado a fazer isso, esta é uma delas. O álbum no início vai direcionando o ouvinte ao ponto onde o Imago Mortis quer te levar e a cada faixa o clima vai ficando mais “tenso” eu diria, até que finalmente alcança o clímax com a épica “Me And God”, que durante muito tempo ficou na minha cabeça e agora está e tenho certeza que ficará novamente na minha cabeça por um longo tempo.


Para não deixar a tradição de lado, este CD conta também com uma faixa cantada em português, "Saudade", que a banda define como sendo o que "YOU" (outro personagem da história) sente de "ME", mais uma vez chamo a atenção para o que se desenrola no encarte, sem ele a história pode ficar capenga. Mesmo assim o CD é muito bom e pode ser apreciado pelos amantes de um verdadeiro CD de Heavy Metal.

Em algum ponto da resenha eu deveria falar da produção, vou inserir este tópico por aqui, para chamar a atenção do caro leitor para uma pequena "coincidência", o trabalho de produção ficou a cargo de Gustavo Carmo, se você acha que ouviu (leu) esse nome, clique aqui, aqui, aqui ou aqui. Desnecessário dizer que foi um trabalho de produção excelente.

Já devo ter falado em algum lugar dessa resenha que o CD é Matador, se não falei, aí vai CD Matador. Recomendado, aliás, obrigatório.

Segue a relação das faixas:


01 - Long River
02 - Central Hospital
03 - Three Parchae
04 - Pain
05 - Envy
06 - Me and God
07 - The Silent King
08 - Insomnia
09 - Terminal Christ
10 - Unchained Prometheus
11 - Saudade

O CD inclui ainda uma faixa multimídia, “The Play of Change”, um jogo de oráculos baseado no I Ching, o milenar Livro da Mudança. Originalmente a idéia da banda era fazer um jogo de tabuleiro, físico, não digital como está no CD.


Deixo um pequeno presente que o próprio Alex Voorhees me passou e também me autorizou a postar aqui, um link com toda a discografia do Imago Mortis e algumas coisinhas extras.

Divirtam-se.
Mauro B. Fonseca

Atualização: Depois de ter terminado e publicado a resenha, descobri esse outro link que contém todas as letras dos CDs e as traduções das mesmas. Mais uma vez valeu Alex por mais essa ajudinha aos fãs.

3 comentários:

  1. Depois de ter terminado e publicado a resenha, descobri esse outro link que contém todas as letras dos CDs e as traduções das mesmas. Mais uma vez valeu Alex por mais essa ajudinha aos fãs.

    http://dl.dropbox.com/u/1724547/Letras_ImagoMortis.pdf

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  2. Por favor, faça uma resenha da demo e do Transcendental, por favor!

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    1. A resenha do Transcendental já está aqui no blog, basta digitar na busca... Quanto a Demo, não temos o material, se puder nos enviar, resenharemos com prazer...

      Valeu

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